A economia brasileira atingiu o patamar mais baixo desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. Foi o que mostrou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de fevereiro, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15).
O IBC-Br apontou recuo de 0,73% sobre janeiro, com ajuste sazonal. Caiu para um patamar de 137,14 pontos. Um nível mais baixo que esse foi atingido apenas em maio do ano passado, quando o recuo foi intenso como reflexo da paralisação e o indicador apontou 133,15 pontos.
Chamado de prévia do PIB, o IBC-Br é calculado a partir do desempenho dos principais setores da economia. No mês, a produção da indústria subiu 0,7%, mesmo afetada pela tragédia da Vale em Brumadinho (MG). O comércio teve desempenho zerado, sem crescimento nem queda. Já o setor de serviços recuou 0,4%, sendo a segunda queda consecutiva e eliminando o crescimento de dezembro. Os dados são do IBGE.
— A análise da série histórica com ajuste sazonal mostra que a atividade econômica brasileira está em um patamar semelhante ao de julho de 2010. Ou seja, é como se nos últimos oito anos e meio estivéssemos estagnados. É uma situação que preocupa — alerta o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank.
O acumulado de 12 meses aponta um crescimento da atividade econômica de apenas 1,21%. Aliás, há sete semanas consecutivas, o mercado reduz a previsão para o crescimento do PIB em 2019. Conforme o relatório Focus desta segunda, os analistas ouvidos pelo Banco Central projetam avanço de 1,95%.