Após concentração e protesto por duas horas, metalúrgicos comemoram a chegada de um documento que a recuo da General Motors nas reivindicações para os trabalhadores do complexo de Gravataí, na Região Metropolitana. À tarde passada, a direção da montadora disse que o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí que iria recuar nas propostas. Depois, à noite, a GM enviou um documento, mas que foi considerado confuso pelos sindicalistas.
Por volta das 7h desta sexta-feira (01), novo documento foi enviado. Segundo o diretor do sindicato, Valcir Ascari, o ofício está mais claro e, com ele, a mobilização será encerrada, já que paralisa as operações na fábrica. Antes disso, no entanto, ainda será avaliado em assembleia.
No último sábado, a GM apresentou 21 pedidos para os trabalhadores de Gravataí. Eram bem abrangentes, falando desde jornada de trabalho até alteração do plano médico. No entanto, o foco principal da montadora era não pagar a participação nos resultados acordada por dois anos ainda em 2017 e reduzir em 20% o piso salarial da categoria. O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí avisou que não aceitaria. Já a GM não se manifesta para a imprensa.
Em São Paulo, está marcada para esta sexta uma reunião do um movimento chamado Brasil Metalúrgico, na Força Sindical. Na pauta, as ameaças da direção da montadora de cancelar investimentos. Presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres espera o recuo da GM também nas reinvindicações feitas em São Paulo. Trabalhadores da montadora nos Estados Unidos também devem participar por videoconferência.
A situação começou com a presidente mundial da GM, Mary Barra, que disse estar trabalhando para melhorar o negócio na América do Sul e que considerava "outras opções". Enfatizou ainda que a empresa não iria continuar investindo para perder dinheiro.
Depois, cartazes foram colocados nas paredes das fábricas no Brasil com o posicionamento do presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga. A coluna Acerto de Contas teve acesso ao comunicado e divulgou ainda na sexta-feira da semana passada. No texto, o executivo dizia que o prejuízo da GM Brasil de 2016 a 2018 não pode se repetir, usando caixa alta no texto para ênfase. Acrescentou que 2019 será um ano decisivo. Leia aqui: GM alerta funcionários do RS que prejuízo no Brasil "não pode se repetir"
Os novos carros que serão produzidos em Gravataí têm lançamento previsto para julho de 2019. O investimento no complexo gaúcho da montadora chega a R$ 1,5 bilhão. Para o país todo, estavam previstos aportes de R$ 13 bilhões.
