A taxa de desemprego caiu novamente no país. Passou para 11,9% frente a um índice de 12,4% registrado tanto no trimestre anterior quanto no mesmo período do ano passado.
A população desempregada estimada pelo IBGE passou para 12,5 milhões. São quase 500 mil pessoas a menos do que no período anterior.
Mas o IBGE viu um problema nesta queda e o alerta não é novo. Apesar de o recuo no desemprego ter ocorrido por mais pessoas empregadas e não por desistências que reduziriam a base de cálculo da taxa, o aumento na ocupação ocorreu com elevação da informalidade.
- Tem uma retirada de pessoas da fila da desocupação, uma queda de quase meio milhão de pessoas. O problema maior desse avanço é que isso se deu em emprego sem carteira e por conta própria. É um resultado favorável, mas voltado para informalidade e aumento da subocupação - avalia o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7%, um aumento de 522 mil pessoas. Já os trabalhadores por conta própria cresceram 1,9%, com 432 mil a mais que no trimestre anterior. Enquanto isso, o total de empregados com carteira assinada se manteve praticamente estável.
Os especialistas chamam de "precarização" do mercado de trabalho. Ainda assim, são funções que geram renda, mesmo que não com uma sensação de segurança para o consumidor, o que é importante, por exemplo, para contratar crédito.
Dentro do "problema" visto pelo IBGE, há uma informação boa, que é o aumento dos trabalhadores por conta própria. No auge da crise, não havia nem espaço para crescimento dessa atividade econômica. Agora, tem crescido o que se chama de "empreendedorismo por necessidade", quando a busca outras formas de renda por não mais ter espaço para atuar como empregado.