Dentro do previsto pelo mercado, o PIB cresceu 0,2% no segundo trimestre. A comparação é com os primeiros três meses do ano e tem já o ajuste sazonal do IBGE.
Foi o sexto resultado positivo. Apesar disso, não é o ritmo de retomada da economia que era esperado para 2018.
Importante lembrar que maio teve a greve dos caminhoneiros. Derrubou a produção da indústria, o setor de serviços e as vendas em segmentos do varejo como veículos e materiais de construção. Junho, no entanto, teve recuperação e o PIB conseguiu, portanto, ainda ficar positivo.
- Dos males, o menor - comenta Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
Entre as variáveis, duas caíram. Uma delas foi a indústria, que recuou 0,6% sobre o primeiro trimestre. A maior queda, no entanto, foi de 1,8% na chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Ela representa o investimento privado e é observado como um indicador de tendência da economia. Por óbvio, é muito influenciado pela confiança dos empresários. O alívio é que ainda cresceu 3,7% em relação ao ano passado, apesar de ter sido uma base fraca.
- Ainda assim, o avanço dos investimentos é muito lento para recuperar as perdas da crise. Entre o ponto mais alto da série, no 3º trimestre de 2013, e o pior momento recente, 1º trimestre de 2017, a formação bruta de capital fixo caiu 29,9%. Desde então, o crescimento acumulado é de apenas 3,1% - acrescenta o economista da CDL.
O que os agentes econômicos falam é que a paralisação antecipou a aversão ao risco que estava prevista apenas para o segundo semestre, com as eleições. O acumulado de 12 meses aponta um crescimento de 1,4% do PIB. Lembrando que, antes de começar 2018, a previsão de avanço da economia para 2018 era de 3%.
Aliás, atenção para o aumento de 13% no preço do diesel que a Petrobras anunciou nesta sexta-feira para as refinarias. Diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer avisa do impacto na inflação:
- O impacto inicial desse aumento de 13% pega em cheio nos IGPs (índices de inflação). O efeito nos IPCs (índices de inflação para o consumidor) é indireto e chega depois, com efeito defasagem.