A semana fecha com um balde de água fria jogado pelos dados de emprego do IBGE. A taxa de desemprego fechou o trimestre em 13,1%. Apesar de menor do que os 13,7% do início de 2017, é bem acima dos 11,8% do último trimestre de 2017.
Além disso, o dado que mais assusta é o número de desempregados estimado pelo instituto. Subiu 11,2%, atingindo 13,7 milhões de pessoas que querem trabalhar e não tem emprego.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada seguiu o movimento de queda. No entanto, caiu também o número de empregados sem carteira, que apesar de ser uma relação de trabalho mais precária, gera renda e vinha sustentando a taxa de emprego.
Outro ponto foi a estabilidade no número de trabalhadores por conta própria. Foi um escape bastante procurado no início da crise, no auge da recessão perdeu espaço para crescer, mas tinha voltado a crescer com a retomada recente em alguns setores.
Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo pondera que já o movimento sazonal do período com dispensa dos trabalhadores temporários contratados para o Natal. Mas outros dados preocupam.
— Teve um movimento sazonal atuando, mas houve uma dispensa expressiva de trabalhadores e isso, consequentemente, se reverteu em uma perda expressiva de postos de trabalho e no aumento de pessoas na fila da desocupação.
O IBGE alerta para a diminuição de postos de trabalho na Indústria (2,7%, ou menos 327 mil pessoas), Construção (5,6%, ou menos 389 mil pessoas) e Comércio (2,2%, ou menos 396 mil pessoas).
— Esses grupamentos apresentaram quedas importantes, em especial na construção. Há várias obras e grandes investimentos imobiliários parados, o que impactou nesse resultado.