Com 22 lojas na Metade Sul do Estado, a Rede Peruzzo iniciou a instalação de caixas sem atendente, chamados de self-checkout. Seis terminais começaram a funcionar na última semana em um supermercado em Bagé, conforme noticiado pela coluna.
Teve fila de cliente para testar a novidade. Se continuar dando certo, a empresa vai ampliar o uso da tecnologia para outras lojas.
A menina dos olhos do vice-presidente, Lindonor Peruzzo Junior, são dois caixas que foram importados do Japão, aceitam dinheiro e devolvem o troco automaticamente. Aliás, foi ele que teve contato na Espanha ainda em 2007 com a tecnologia, sonhou implementá-la e o pai e presidente da rede, Lindonor Peruzzo, apoiou a ideia.
"Meu tio elogiou. Então, vai dar certo."
LINDONOR PERUZZO JUNIOR
VICE-PRESIDENTE DA REDE PERUZZO
Coluna Acerto de Contas - Quanto investiram para adotar a tecnologia?
Vice-presidente do Grupo Peruzzo, Lindonor Peruzzo Junior - Entre projeto, hardware e software, passou de R$ 500 mil. Projetamos retorno em 20 meses. Tenho um tio que é crítico ferrenho, Lindones Giordani, também sócio da empresa. Pois ele foi na loja, fez uma compra, recebeu o troco e elogiou. Então, vai dar certo. (risos)
Coluna - Quando tomaram a decisão?
Peruzzo Jr - Tomamos a decisão no início do ano. É uma tendência a adesão aos self-checkouts. Existe a questão da inovação e vanguarda. Tínhamos um fluxo grande de clientes nessa loja de Bagé e achamos que seria uma forma de agilizar o atendimento. Enquanto muitos falam de e-commerce e nós ainda estamos engatinhando nisso, sempre cremos que as lojas físicas ainda terão seu espaço e resolvemos investir no que já temos.
Coluna - Há receio de furtos?
Peruzzo Jr - Um fiscal fica no local observando os clientes, que passam as compras para leitura do código de barras, colocam os produtos na sacola e pagam com cartão ou dinheiro.
Sem demissões
Há sempre o receio de que a adoção de atendimentos assim leve a demissões. A empresa garante que os caixas tradicionais, operados por funcionários, seguirão atendendo. O Peruzzo Supermercados tem 1,8 mil funcionários e fatura R$ 430 milhões ao ano. Atua em nove cidades.
Recuperação judicial
A história tem um molho especial. A empresa está investindo e inovando, sendo que está em recuperação judicial, já na fase de pagamento de credores. Só que o grupo Peruzzo entrou neste processo antes de se endividar com trabalhadores e que os clientes sentissem, reponde o vice-presidente. É o correto, mas pouco praticado. A recuperação judicial foi criada para as empresas tomarem um fôlego e continuarem a operação. Só que muitas acabam recorrendo ao mecanismo quando estão quase falindo, o que de pouco adianta.