
A partir de 2018, a disciplina de Empreendedorismo entra no currículo dos alunos com mais de 12 anos do Colégio Israelita Brasileiro. Nos 12 anos que a escola investe em atividades na área, o diretor-geral, Janio Alves, já aprendeu algumas coisas, como não ensinar empreendedorismo com apostilas ou em sala de aula tradicional. Só que, entre as observações, a que mais chamou a atenção foi: evitar o erro é o maior pecado.
Como assim, diretor?
Janio Alves - Nossos professores foram treinados para não evitarem o erro dos alunos. O papel deles é modelar a aprendizagem e não dar um conteúdo. Dentro de um controle que mantenha a segurança do jovem, devem ser assumidos riscos pelos estudantes. Empreender é correr riscos.
Não devem avisar que o projeto dará errado, por exemplo?
Alves - Não. Quando o professor vê que a decisão levará ao fracasso do projeto, a primeira reação é dizer para que não faça. Mas para trabalhar o empreendedorismo, não fazemos isso. Não interferimos. O conhecimento vem quando os jovens refletem sobre o resultado da decisão que tomaram e o motivo do insucesso do projeto.

Qual a dica para os pais?
Alves - Tolerem o erro dos seus filhos. O erro gera aprendizagem e forma líderes. Ensina a trabalhar com o risco e com a frustração. Evitar o erro das crianças e dos jovens é o maior pecado.
E sobre a disciplina de empreendorismo, não é para formar empresários?
Alves - Não. Estimulamos o comportamento empreendedor. Não apenas empresários devem tê-lo. É importante em qualquer outra profissão.
Ouça aqui uma longa entrevista com o diretor Janio Alves sobre educação para o empreendedorismo: