A vinícola Miolo desenterrou do mar da França o primeiro lote de um espumante produzido no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. A bebida foi envelhecida em cave submersa. A empresa é a primeira do Brasil a usar o método.
Foram 12 meses de imersão das garrafas do espumante Miolo Cuvée Brut no mar da região de Bretagne, na França. Os rótulos vão chegar aos mercados brasileiro e europeu ainda este ano, em edição especial e limitada.
— Estamos nos aproximando do final do ano, um momento expressivo para as vendas de espumantes e, sem dúvida, apreciadores e colecionadores vão querer ter em suas adegas e comemorações o primeiro produto brasileiro envelhecido em cave submersa — comemora Adriano Miolo, superintendente do grupo.
As garrafas do Miolo Cuvée Tradition Brut foram mantidas em contato com as temperaturas do mar, que ficam entre 11 e 13 °C. Uma cave submarina tem as condições ideais para o envelhecimento de vinhos, que são escuridão, umidade total, temperatura e pressão constante.
— Um rótulo submerso apresenta até 10 vezes mais compostos moleculares do que o envelhecido aos moldes tradicionais. São compostos responsáveis pela formação dos aromas e da complexidade da bebida. Em provas às cegas, os resultados mostram que os espumantes apresentam sabor mais rico e floral, complexidade, frescor e apuradas notas de manteiga e castanha — detalha o superintendente.
Tem mais espumante gaúcho enterrado já. Em 2018, será desenterrado um pequeno lote do Miolo Cuvée Tradition Brut Rosé, em edição ainda mais limitada. Está no mar desde junho e ficará também por 12 meses. E ainda um segundo lote do Miolo Cuvée Tradition Brut, que também foi submerso em junho e chega ao mercado no ano que vem.
Os rótulos da linha Miolo Cuvée Tradition são produzidos em Bento Gonçalves com uvas Chardonnay e Pinot Noir. A fermentação é na própria garrafa, sendo que o processo é o mesmo usado para a elaboração do Champagne, na França.