Subiu com força a previsão do mercado para a economia brasileira. Conforme o relatório Focus, do Banco Central, a projeção passou de 0,39% para 0,50% para o crescimento do PIB em 2017.
Na última sexta-feira, o IBGE divulgou o desempenho do PIB no segundo trimestre. Leia aqui: PIB cresceu 0,2% com destaque para consumo das famílias
O otimismo está em cima do consumidor. Na análise enviada para investidores, a gestora de fundos Quantitas bate na tecla que a recuperação da economia será liderada pelos consumidores. Essencialmente, são apontados três motivos: famílias menos endividadas, inflação baixa e queda no desemprego.
- Temos enfatizado que a fotografia do país ainda é feia, mas podemos estar no começo de um filme com final feliz - diz o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont.
E a coluna pergunta: quais as diferenças deste crescimento da economia baseado no consumo para aquele do governo Lula, tão criticado por agentes econômicos?
- Há diferenças básicas, mas sutis. No ciclo atual, a recuperação do consumo é quase uma resposta após um longo processo de ajuste e não resultado de uma política deliberada do governo de incentivá-lo através da expansão exagerada e desordenada do crédito e das políticas de transferência de renda. Não estou falando de bolsa família, que é uma política legítima, mas de todas as outras formas de transferência que existem no orçamento e que nos colocaram neste emaranhado fiscal. Além disso, estamos passando por uma forte desinflação, o que tem aumentado o poder de compra do consumidor. Isso é super importante para explicar a recuperação do consumo. A queda de preços é generalizada, mas está acontecendo com intensidade especial no setor de alimentos, setor em que a população de mais baixa renda - e com maior propensão ao consumo - é mais sensível. Portanto, a recuperação do consumo hoje é mais uma resposta natural do sistema econômico em comparação com uma resposta induzida e além das nossas capacidades como ocorreu no governo Lula-Dilma.
Ainda no relatório Focus, o mercado reduziu pela segunda semana consecutiva a projeção para inflação. O IPCA previsto para o fim de 2017 ficou em 3,38%. Redução também para o dólar, R$ 3,20 é a cotação projetada.
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