Após a boa vitória do Brasil contra o Paraguai, tive a oportunidade de conversar com Taffarel, nome histórico da Seleção Brasileira e atual preparador de goleiros da comissão técnica de Dorival Júnior. O ex-goleiro é uma das figuras mais carismáticas da delegação e sempre é requisitado para fotos e autógrafos, até porque foi um dos grandes nomes do título mundial de 1994, 30 anos atrás, também nos Estados Unidos.
Taffarel está em sua décima Copa América. Como goleiro, jogou em 1989, 1991, 1993, 1995 e 1997. Foi campeão em 1989 e 1997. Como preparador de goleiros, participou em 2015, 2016, 2019, 2021 e agora em 2024. Foi campeão em 2019.
No total, são 10 participações na competição e três títulos. Nos Estados Unidos, Taffarel está buscando a sua quarta taça da Copa América.
Mas os impressionantes números não param por aí. O gaúcho de Santa Rosa poderá ir para a sua sétima Copa do Mundo em 2026. Como goleiro, jogou em 1990, 1994 e 1998. Esteve como observador técnico de Dunga na Copa de 2010 e como preparador de goleiros em 2018 e 2022. O título de 1994 é o maior da sua carreira, que também conta com a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1988.
Confira como foi o bate-bola com Taffarel:
Vitória importante contra o Paraguai, né, por 4 a 1. Agora embala?
Exatamente. A ideia é embalar mesmo, né? Porque a gente estava quase que em um ponto morto. Nós começamos mal, sim, reconhecemos. Mas, não querendo dar desculpa, as condições do primeiro jogo, contra um time totalmente fechado, o campo que não era bom, seco, e a bola não conseguia rolar. Tivemos muita dificuldade. Mas não eram desculpas e a gente sabe disso, que nós temos potencial pra fazer esse tipo de jogo que nós fizemos contra o Paraguai, com um adversário um pouco melhor, não tem dúvida. E vamos em frente, sabendo que os adversários mais fortes virão pela frente mesmo.
"Nós temos potencial pra fazer esse tipo de jogo que nós fizemos contra o Paraguai, com um adversário um pouco melhor, não tem dúvida. E vamos em frente, sabendo que os adversários mais fortes virão pela frente"
TAFFAREL
preparador de goleiros da Seleção
Como você vê o seu momento na Seleção Brasileira, com toda a sua história? É mais uma Copa América e, logo ali na frente, a sétima Copa do Mundo, sendo três como goleiro, uma como observador, em 2010, e a próxima a terceira como preparador de goleiros.
Eu acho que os caras já estão um pouco de saco cheio de mim aí, viu? (risos) Até porque eu não sou um cara muito quieto, né? Então eu fico falando toda hora, mas faz parte da minha personalidade. Mas eu me sinto muito bem aqui na Seleção Brasileira, é um ambiente muito bom. E agora, com essa comissão do Dorival, que é uma comissão muito boa. O Dorival é um excelente treinador e uma excelente pessoa. Estou me dando muito bem com ele, estou muito feliz em trabalhar junto. Trabalho com o Alisson diretamente, a gente trabalha no Liverpool. Há quem critica isso aí, né? Dizem "ah, trabalha no Liverpool, vem pra cá, e é titular também". Mas são coisas tão pequenas diante de tanta coisa boa que a gente passa aqui dentro e quer fazer pela Seleção Brasileira que essas coisas ficam de lado.
Esse ano, agora em julho, faz 30 anos do tetra do Brasil. Como que é voltar aqui aos Estados Unidos 30 anos depois?
Pois é, e vamos ficar bem próximo lá de Pasadena (cidade onde o título foi conquistado). Então vamos reviver um pouco esse passado aí, que realmente foi inesquecível. Aliás, nós estamos nos programando agora, os tetras aí, de nos encontrarmos no dia 19 de julho, no Rio de Janeiro, para comemorarmos entre nós mesmos e nossas famílias. Acho que vai ser uma data muito especial. Tenho certeza de que o torcedor também tem essa lembrança muito viva.
Foi o maior momento da sua carreira?
Com certeza. Tem muita gente que diz que eu me consagrei com um pênalti chutado pra fora (o de Baggio). Mas tá valendo, né? (risos). Foi muito bom, muito marcante. Era o momento certo pro Brasil vencer uma Copa do Mundo. Era um grupo formado com jogadores realmente de muita personalidade, muita capacidade técnica. Então era o momento certo.
"Tem muita gente que diz que eu me consagrei com um pênalti chutado pra fora (o de Baggio). Mas tá valendo, né? (risos)"
TAFFAREL
goleiro no tetra da Seleção, em 1994
Um abraço aos gaúchos...
Grande abraço a todos os gaúchos. Continuamos na luta sempre, são essas mensagens que a gente tem recebido e tem mandado também. Temos ajudado. principalmente o Dunga, nesse projeto dele, que realmente vai em busca de pessoas que de fato estão precisando. Aliás, todo mundo está colaborando. Pedir mais, eu acho que seria até um exagero, mas tá todo mundo ajudando. Desejo um grande abraço a todos.