A notícia do pedido de demissão de Diego Mello, técnico do União-FW, no intervalo da partida contra o Tupi, pela Série A-2 gaúcha, no domingo, chamou atenção, pois ele alegou interferência do investidor Pablo Bueno na escalação da equipe.
Como o fato é inusitado, é importante explicar como funciona a parceria entre o clube e o empresário. Fundado em 2010, após a fusão de dois clubes amadores (Ipiranga e Itapagé), o União-FW disputou duas vezes a Série A do Gauchão (2015 e 2022), e tem um patrimônio de cerca de R$ 13 milhões, com destaque para a Arena União Frederiquense, com capacidade para 4 mil torcedores, e investimento forte no gramado.
Em março de 2022, após o rebaixamento no Gauchão, o clube entendeu ser necessário um investimento maior para conseguir se manter na divisão principal, além de fortalecer o trabalho de formação de atletas. Neste momento, a MDEZ 360, empresa de Pablo Bueno, também estava procurando um clube para fazer uma parceria.
No final de 2022, foi assinado um contrato de dois anos entre o clube e a empresa. A gestão do futebol é de responsabilidade da MDEZ 360, que entra com todas as despesas da formação do grupo de jogadores, incluindo transferências e salários. O União entra com despesas de viagens, alimentação e moradia dos atletas. A empresa fica com 80% dos direitos dos atletas, e o clube com 20%.
Toda a base do grupo é formada por jovens, alguns com passagens pela base do Grêmio, como o goleiro Lucas Guerra, o lateral Gabriel Biteco, o zagueiro Lucão e o meia Luisinho. A equipe também conta com estrangeiros, como o paraguaio Angel. Outros atletas de fora do país serão inscritos a partir da Copa FGF.
Na Série A-2, o União é o segundo colocado do Grupo A, com seis pontos em três jogos. O líder da chave é o Monsoon, com nove pontos. O próximo jogo será no sábado, em casa, contra o Passo Fundo.
Pablo Bueno também é empresário do goleiro Adriel, que no momento está com o futuro indefinido no Grêmio.