A empresário Dalia López, responsável por mandar fazer os passaportes falsos de Ronaldinho e Assis em 2020, que culminou com a prisão da dupla no Paraguai, está foragida há exatos três anos. A novidade é que a fugitiva esteve recentemente no Brasil. Em entrevista para a Rádio ABC Color, Cesar Silguero, diretor da Policia Nacional, revelou que existem indícios documentais da viagem. Todo o material já foi entregue ao Ministério Público do Paraguai.
Nesta semana, conversei com algumas autoridades que comandam a investigação. A viagem de Dalia ao Brasil é tratada como algo provável. A convicção é que ela esteve aqui para fazer uma cirurgia plástica para mudar de aparência. E para isso usa documentação falsa. Além disso, as informações dão conta de que a empresaria se desloca com frequência pela região da fronteira do Paraguai com outros países. E que ainda conta com muitos recursos financeiros para se manter nesta situação sem ser localizada.
Dalia é dona de pelo menos oito empresas e é investigada por lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Em 2020,antes da prisão de Ronaldinho, dizia em alto e bom som que "mandava no aeroporto Silvio Pettirossi", onde os irmãos Assis Moreira entraram com documentação falsa.
Recentemente, o juiz Gustavo Amarilla, especializado no combate ao crime organizado, reiterou o pedido de captura nacional e internacional da fugitiva.
Em fevereiro, mais um episódio agitou o país. Uma caminhonete abandonada foi encontrada no estacionamento de um shopping center de Assunção. O veículo está em nome de Dalia. A suspeita é de que ela tenha passado recentemente pelo local. Como o caso tem requintes de filme de suspense, a cobrança da opinião pública paraguaia só aumenta.
Em 2022, um dos promotores do caso foi assassinado. Marcelo Pecci, então chefe da unidade que combate o crime organizado do Paraguai, foi morto durante uma viagem de férias em Cartagena, na Colômbia. Pecci foi morto a tiros enquanto estava na praia. Duas pessoas se aproximaram em um jet-ski abriram fogo contra o promotor. Horas antes do crime, sua esposa Claudia Aguilera havia anunciado que esperava o primeiro filho do casal. Ele atuou em casos de organizações ligadas ao narcotráfico e a lavagem de dinheiro.
Ronaldinho e Assis ficaram quase seis meses presos no Paraguai pela entrada no país com documentação falsa. Neste período foram investigados por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro. Sem provas, foram liberados. E não existe qualquer tipo de pendência dos irmãos com a Justiça do Paraguai.