Um assassinato que envolve uma trama internacional abala o Paraguai. O promotor Marcelo Pecci, especializado em investigar crime organizado, foi morto por dois pistoleiros em uma ilha colombiana, no Caribe.
Pecci, recém-casado com uma jornalista paraguaia, passava a lua de mel na ilha de Barú, próxima a Cartagena das Índias (mais importante cidade do Caribe colombiano). O casal estava na água quando foi abordado por dois homens num jet ski, segundo testemunhas. Os pistoleiros dispararam contra o promotor e fugiram no veículo aquático.
Pecci participou na investigação do assassinato da filha do governador de Amambay (província fronteiriça com o Brasil) e no caso do ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho, que foi preso ao tentar entrar no Paraguai com passaporte falso, em 2020.
O promotor atuava na unidade de Crime Organizado, Narcotráfico, Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo, montada pela Fiscalía Paraguaia (Ministério Público). As suas investigações mais recentes tinham como alvo o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil.
O PCC, de origem paulista, está enraizado no Paraguai. Em 2017, Pecci liderou a chamada Operação Zootopia, em que foi desmontada a maior estrutura da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraguai, com apreensão de 500 quilos de cocaína.
Por se tratar de um crime transnacional e, ao que tudo indica, envolve traficantes, o governo dos Estados Unidos ofereceu ajuda da DEA (agência antinarcóticos) e do FBI (Polícia Federal). O governo paraguaio enviou seis agentes à Colômbia para ajudar na apuração do homicídio. Inimigos do promotor não faltam para serem checados.