O Tubarão terminou o Campeonato Catarinense em uma surpreendente terceira colocação, na frente de clubes mais tradicionais, como Avaí, Criciúma e Joinville. Além disso, neste ano, fez boa campanha na Copa do Brasil, avançando para a segunda fase e sendo eliminado apenas no detalhe na emocionante derrota por 5x4 para o Atlético-PR, na Arena da Baixada. O trabalho de expansão do clube tem a participação de Júnior Chávare, ex-diretor das categorias de base do Grêmio. Chávare é diretor de operações e novos negócios da K2 Soccer, empresa que gerencia o Tubarão. Conversei com ele para saber um pouco mais sobre como está funcionando o trabalho por lá. E também para conhecer os detalhes da parceria firmada com o Grêmio.
Terminar o Campeonato Catarinense em terceiro lugar foi até acima da expectativa?
— O trabalho que desenvolvemos aqui no Tubarão é muito importante, com essa campanha já garantimos vaga na Série D do ano que vem novamente. Se este ano não conseguirmos subir para a Série C, em 2019 estaremos de novo com calendário nacional. E ainda estamos de novo na Copa do Brasil, onde este ano fizemos um bom papel em um jogo épico contra o Atlético-PR. A empresa já tem um clube nos EUA, e está fechando parceria com outro na Espanha.
A K2 Soccer gerencia o futebol do clube, como funciona esse trabalho?
— A minha vinda pra cá foi no sentido de fazer todo desenvolvimento operacional e de novos negócios. Imediatamente criamos uma central de inteligência de mercado e análise de atletas. É um órgão importante dentro do processo em que cuidamos e analisamos potencialidades. É o grande case de sucesso do Tubarão. Temos um grupo na faixa de idade de 23 anos. É um time novo. E no ano passado fizemos duas vendas importantes, o Jandrei para a Chapecoense, e o Neto Borges para o Hammarby, da Suécia. E agora, depois de finalizado o estadual, estamos fechando negociações de empréstimos com opções de compra, de seis atletas. A nossa participação, além da gestão institucional, é dar um apoio ao departamento de futebol.
Como está funcionando a parceria com o Grêmio, e como foi o desempenho dos atletas emprestados durante o Campeonato Catarinense?
— Vieram pra cá no ano passado o meia Leandro Canhoto, o goleiro Gabriel, o zagueiro Truyts, e o volante Guilherme. No fim, o Grêmio requisitou o Canhoto para ir jogar no Ceará, vai atuar na Série A. Também chegou o Batista, mas infelizmente na semana passada teve uma fratura na fíbula e vai parar por uns quatro meses. Uma pena, porque ele estava muito bem. Essa é uma parceria técnica, mas além disso temos uma parceria de conhecimento, produto e de equipamentos. Tem tudo para dar certo, podemos aproveitar jogadores que não tem possibilidade de atuar aí. Aqui conseguimos trabalhar com calma, e no fim eles até podem voltar.
Qual é a sua avaliação do trabalho desenvolvido no Grêmio? O que ficou de positivo para a base?
— Acho que o maior legado desde a chegada em 2013, na época com Fábio Koff, e depois na continuidade com o Romildo Bolzan, foi disciplinar, reorganizar e montar uma estratégia para que a categoria de base fosse respeitada e entendida como uma solução para o clube. Hoje o Grêmio tem um planejamento para cada jogador que vai subir. Fizemos um trabalho muito detalhado com todos os atletas, em uma régua de tempo e espaço, para saber quais jogadores e quando estariam disponíveis. Deixamos muito claro que a prioridade seria formar atletas. Quando se forma com qualidade, os títulos vem também. Mas entre ganhar um título, ou colocar um jogador na equipe principal com ganho técnico imediato e ganho financeiro posterior, não há dúvida que a segunda situação é a solução. No nosso trabalho, chegaram Alex Telles, Ramiro, Bressan, Wendell, Walace, Pedro Rocha, Everton, Luan e o Arthur. Acho que o projeto “Lapidar”, em que você faz todo um trabalho físico, técnico, fisiológico e emocional, de acordo com cada posição, foi importante. O Luan e o Arthur participaram. O Arthur, em fevereiro e março de 2016, ficou apenas trabalhando as características que lhe faltavam, e aí foi a arrancada dele para a equipe principal.
Qual é o próximo objetivo do Tubarão?
— Queremos chegar a Série B do Campeonato Brasileiro até 2025. Precisamos de mais uns dois ou três anos de adaptação, acostumando ao time ao calendário nacional, e aí estaremos prontos.