Sem o acerto com Abel Braga, o Inter decidiu apostar em Odair Hellmann. Profissional criado no clube, surgiu como um promissor volante na década de 1990. Dono de uma técnica refinada, passou pelas categorias de base da seleção brasileira. Não confirmou tudo que se esperava, mas construiu carreira e jogou também no Fluminense. Parou cedo, aos 32 anos, depois de escapar da morte na tragédia com o ônibus do Brasil-Pel em 2009.
Logo depois, começou o trabalho como observador das categorias de base em busca de novos talentos. Em 2013 foi chamado para a comissão técnica do grupo principal. Profissional dedicado e capacitado, conquistou o seu espaço, tanto é que foi chamado em mais de uma oportunidade para ser técnico interino. Também esteve na comissão técnica da seleção brasileira que conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de 2016.
Nessa última etapa no Inter, teve participação importante nos resultados finais que levaram o clube de volta à Série A. O seu trabalho, junto com as dificuldades do mercado, foram fundamentais para ser o escolhido. Conhecimento tático ele tem. É bem visto pelo grupo. Mas vai ser sua primeira experiência comandando grupo principal.
Para dar certo vai precisar de algo muito importante: respaldo da direção. De preferência com um profissional com mais experiência de gestão de grupo na sua comissão técnica. Sem isso, vai sofrer na primeira dificuldade de resultados.
Odair vai ter as férias mais movimentadas da sua vida. Com direito a estágio de uma semana no PSG, conhecendo a estrutura do clube e o trabalho do técnico Unai Emery, mas com o celular sempre ligado, para participar da montagem do grupo colorado para 2018.