O ônibus escolar mais famoso de todos os tempos foi o Magic Bus. Originalmente, era um daqueles ônibus amarelos, com a placa de Stop abrindo junto com a porta, que todo mundo já viu no cinema. Aqueles que, depois de bem usados, os EUA às vezes doam para países miseráveis, tipo o Brasil.
Em 1963, o escritor Ken Kesey (autor do clássico Um Estranho no Ninho) e o pai-fundador da geração beat, avô dos hippies e bisa dos punks, Neal Cassady (o lendário Dean Moriarty, de On the Road), adquiriram um desses ônibus, pintaram-no com todas as cores do arco-íris e mais algumas, arregimentaram a banda Grateful Dead e, munidos com centenas de milhares de tabletes de LSD, começaram a trilhar os EUA de cabo a rabo. Feito o Flautista de Hamelin, o som do Dead atraía os incautos, que, boquiabertos, ingeriram um pequeno tablete com a magnífica substância (até 1964 dentro de lei) e ...o resto é história. Era o famoso Acid Test, que virou o livro clássico de Tom Wolfe, O Teste do Ácido do Refresco Elétrico.
Como você há de supor, em um ministério dominado pelo gabinete secreto do amor universal dos pastores que mamam nas tetas do FNDE, os 3.850 ônibus escolares que o MEC estava a ponto de nos enfiar goela abaixo por módicos R$ 480 mil a unidade – ao invés do preço de tabela de R$ 270 mil (o que levava um negócio de R$ 1.3 bilhão para mais de R$ 2 bilhões) não seriam dirigidos por Ken Kesey, nem por Neal Cassady; não teriam shows do Dead e menos ainda – oh, desdita – fariam o Acid Test nos alunos com mais de 18 anos.
Mas claro que esse é só um dos assuntos. Tem também o deputado bolsonarista Gabriel Monteiro, e seu vídeo de sexo explícito com uma menina de 15 anos, seus vídeos fake como miliciano de fato, seus 23 milhões de seguidores no YouTube. Tem ainda o deputado bolsonariista Daniel Silveira com sua coleira, ops, tornozeleira e corpo bombado. Bombado como o de Adriano da Nóbrega, o miliciano assassino assassinado, bom amigo do Queiroz Micheque, e cujo CPF foi cancelado e o HD queimado pela milícia, ops, pela polícia baiana e sobre o qual agora tem áudio vazando por aí, com a irmã dele dizendo que... ah, sei lá o que ela diz.
O que sei é que, vomitando com a primeira via, desconfiado da segunda via e ainda mais confuso do que a terceira via, estou me lançando como Todavia. Sim, todavia com tudo. Prometo ônibus escolares com autoteste para todos – a preços módicos. Prometo cópias do Tao Te Ching com fotos minhas e das pastorinhas. Prometo cópias de Memórias de um capitão, ops, sargento de milícias, autografadas pelo autor (autógrafos psicografados, claro). Portanto, suas dívidas, ops, dúvidas acabaram: venha para logo para Todavia. Sou a meia verdade, o caminho com pedágio e a luz cada vez mais cara. Sou o cara – e a cara do país. Vota em mim.