A goleada por 4 a 0 do Grêmio contra o São Luiz teve uma situação que chamou atenção. Depois de marcar um pênalti em cima de Janderson, o árbitro Anderson Farias mostrou cartão vermelho direto para o zagueiro William Goiano. Três minutos depois, o juiz reserva foi chamar o defensor no vestiário para regressar ao campo e a decisão foi alterada. Farias anulou a expulsão e mostrou o amarelo.
A situação é inusitada e gera um questionamento: o que fez o árbitro voltar atrás na decisão com essa demora em um jogo que não tem o uso do VAR? A única explicação possível para a mudança da cor do cartão está em uma nova informação passada por algum assistente.
É bem provável que um dos auxiliares tenha tido a interpretação de que o vermelho seria injusto por entender que William Goiano tentou disputar a bola e acabou cometendo uma penalidade. Sempre que há uma infração tática desta natureza, a decisão correta do juiz é mostrar o amarelo para evitar a tripla punição para o infrator.
E o que explica a demora para a decisão final? Mais uma vez só há um motivo para justificar isso. A televisão flagrou o momento em que houve um problema no comunicador do árbitro. Anderson Farias até apareceu em uma imagem tirando o rádio e passando para o juiz reserva Marcelo Bitelbron. Com isso, fica mais difícil a comunicação entre os integrantes da equipe de arbitragem.
Isso explica os motivos que fizeram o árbitro voltar atrás do vermelho e mostrar o amarelo com a demora verificado. O questionamento que faço e que faz com que minha interpretação seja diferente está na força empregada pelo defensor do São Luiz. Mesmo que a infração tática seja cabível de interpretação de punição reduzida, isso não significa a mesma leitura em um lance violento. Por isso, creio que a melhor decisão teria sido o vermelho direto aplicado no primeiro momento.