Dois lances polêmicos durante a partida e muita confusão depois do apito final. Esse foi o resumo da eliminação do Caxias no confronto contra o Botafogo, nessa quarta-feira (5), no Estádio Centenário, pela primeira fase da Copa do Brasil. A equipe gaúcha reclama de dois pênaltis não marcados pelo árbitro paulista Lucas Canetto Bellote.
Considero que o Caxias tenha sido prejudicado duas vezes, mas só uma delas foi pelo juiz. Isso porque ele deveria ter marcado a penalidade do primeiro tempo. Por ser um lance capital, mesmo sem saber se o gol seria convertido na cobrança, o pênalti poderia ter mudado a história do jogo. É um erro grave.
Com relação ao segundo lance, aos 50 minutos da etapa complementar, concordo com a decisão da arbitragem. Também não marcaria a penalidade.
O segundo prejuízo ao Caxias veio de dentro do próprio clube. Estou falando da atitude irresponsável do dirigente que invadiu o campo e agrediu o árbitro depois da partida. Independentemente de qualquer erro ou situação de jogo, atitudes de violência são injustificáveis. O gerente administrativo do Caxias, Diogo Aver, perdeu a razão ao dar uma joelhada e um tapa no rosto do juiz, que relatou o episódio em súmula.
— Se aproximou e me agrediu com uma joelhada nas nádegas. Logo após este fato, fui novamente agredido pelo mesmo gerente com um tapa no rosto. Durante o ato o mesmo ofendeu-me com as seguintes palavras: "você é um ladrão, safado, vai toma no c*, vem aqui roubar meu time" — diz o documento oficial da partida elaborado pelo árbitro.
O Caxias não tinha como evitar o erro do árbitro Lucas Canetto Bellote. É claro que o prejuízo do campo é irreversível, mesmo que o juiz seja punido — e será — pela CBF pelo erro cometido. Entretanto, as cenas lamentáveis verificadas depois do jogo poderiam ter sido evitadas. Agora é esperar pelo julgamento no STJD, que deve ser pesado. Talvez o maior prejuízo ao Caxias ainda esteja por vir.