Você pode não gostar do árbitro Wilton Pereira Sampaio. Você pode achar que ele não tem um estilo de arbitragem legal. Você pode não ficar satisfeito quando ele é colocado para apitar o jogo do seu time. Você pode procurar qualquer defeito ou motivo para reclamar. Você só não poderá dizer uma coisa: que a escolha do juiz do quadro da Fifa para apitar a grande final da Copa do Brasil entre Inter e Athletico-PR não tem lógica. Poucas vezes uma decisão da CBF foi tão óbvia e respeitou tanto a hierarquia.
Há um ranking na arbitragem brasileira. Essa lista leva em conta vários critérios que, muitas vezes, se explicam também por processos internacionais, como avaliações da Conmebol e da Fifa. É com base nesse tipo de conceito que Wilton Pereira Sampaio é o principal árbitro do país na atualidade. Depois da aposentadoria de Sandro Meira Ricci, ele é o único juiz central em atividade com a experiência de ter participado de uma Copa do Mundo.
Por conta disso, Wilton Sampaio é o ficha 1 para o processo seletivo que está aberto para o Mundial do Catar, em 2022. O paulista Raphael Claus e o gaúcho Anderson Daronco são os outros dois árbitros do país que estão entre os pré-selecionados para os treinamentos que já estão acontecendo. Se a próxima Copa fosse hoje e o Brasil tivesse só uma vaga, Wilton seria o único representante. Se uma segunda inscrição fosse aberta, Claus e Daronco disputariam a segunda vaga. Simples.
Isso explica que só há um motivo para a escolha de Wilton Pereira Sampaio para apitar a final da Copa do Brasil: lógica. Seria estranho se o nosso único árbitro de Copa do Mundo e credenciado para a próxima não estivesse no maior jogo nacional do ano. Isso, sim, mostraria que algo está errado. A obviedade das escolhas é tanta que a partida de ida foi apitada por Raphael Claus, o segundo da fila. E fez uma arbitragem espetacular na Arena da Baixada. Lembrando que Daronco está descartado das partidas pelo simples fato de ser gaúcho.
A escolha por Wilton Sampaio para apitar a final da Copa do Brasil foi por méritos. Ele conquistou essa condição no campo. A CBF teve critérios claros para tomar a decisão. A lógica é de que a arbitragem não tenha complicações. O grande problema é que arbitragem nem sempre funciona com base na lógica.
Inter x Athletico-PR
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio - GO (FIFA)
Assistente 1: Émerson de Carvalho - SP (FIFA)
Assistente 2: Bruno Raphael Pires - GO (FIFA)
Quarto árbitro: Flávio de Souza - SP (CBF)
Quinto árbitro: Danilo Simon Manis - SP (FIFA)
VAR: Bráulio Machado - SC (FIFA)
VAR 1: Émerson de Almeida Ferreira - MG (CBF)
VAR 2: Leone Carvarlho Rocha - GO (CBF)
Observador de VAR: Alício Pena Júnior (CBF)