A arbitragem do Gre-Nal 421 colocou um ponto final em uma velha discussão do futebol do Rio Grande do Sul. Anderson Daronco provou que o clássico pode ser apitado por gaúcho. O santa-mariense veio ao Beira-Rio e arrumou a "bagunça" que havia ficado do jogo entre Inter e Palmeiras pela Copa do Brasil. Mostrou que um árbitro não precisa ter nascido em outro estado para ter condições de entrar em campo e fazer boa atuação.
Quando falo em arrumar a "bagunça", estou querendo dizer que a polêmica ocorrida no jogo anterior gerou um cenário de pressão para o duelo entre Inter e Grêmio. A margem de erro para a arbitragem do clássico era zero. Daronco precisava entrar em campo para acertar as decisões capitais, mostrar autoridade e, acima de tudo, tornar o resultado legítimo. Ele fez tudo isso, tanto que depois do Gre-Nal ninguém falou de arbitragem ou reclamou do VAR.
Você pode estar pensando que isso ocorreu porque o jogo não teve lances de grande polêmica. É verdade que isso não ocorreu, mas é preciso entender o porquê. E isso passa necessariamente pelo trabalho de Daronco. Não só por ser gaúcho, mas também por isso o juiz sabia exatamente o cenário que encontraria no Beira-Rio. Com cinco Gre-Nais no currículo, ele tinha o conhecimento necessário para não ser surpreendido por achar que tudo estava sob controle.
Daronco respeitou o peso que o Gre-Nal tem. Comandou o confronto com alto nível de intensidade e atenção. Qualquer gesto equivocado, decisão confusa ou demonstração de insegurança poderia tumultuar as coisas. Um jogo também é tranquilo por conta da segurança que os jogadores sentem no árbitro. Não importa se o árbitro é gaúcho ou não. A capacidade do juiz sempre estará acima de qualquer argumento.