A arbitragem do Gre-Nal 421 esteve perto da perfeição porque Anderson Daronco conhece a aldeia, tem experiência no clássico e sabe muito bem como esse tipo de jogo precisa ser tratado. Não há duelo entre os principais times do Rio Grande do Sul que pareça tranquilo e possa ser considerado inofensivo. O Gre-Nal é como uma serpente adormecida. Você precisa saber que ela pode acordar a qualquer momento e o sinal de alerta deve ser permanente. Do contrário, será surpreendido com o bote.
Foi dessa forma que o juiz da Fifa conduziu a partida e exerceu autoridade dentro de campo. Manteve a serpente adormecida durante quase todo tempo e, quando ela quis acordar, estava atento. Ele fez isso quando Rafael Sobis deu um carrinho em Juninho Capixaba na linha de fundo em uma jogada perdida. Ali, Daronco controlou rapidamente o primeiro bolo do clássico e deu um amarelo acertado para o jogador do Inter.
O outro momento em que as coisas esquentaram foi nos acréscimos do segundo tempo. A confusão iniciada por Rômulo e Edenilson gerou nova reunião entre os jogadores. O VAR até entrou em ação neste momento, mas para uma atuação meramente protocolar. O juiz nem precisaria do recurso para avaliar que a situação não era para vermelhos. Os amarelos ficaram de ótimo tamanho diante do que ocorreu.
Para não dizer que a arbitragem foi perfeita – e só para isso mesmo – há um erro de Daronco que pode ser apontado. No momento da confusão final do jogo, houve discussão entre Renato e Odair Hellmann. O incidente também envolveu Alexandre Mendes, auxiliar técnico gremista. A conduta dos dois comandantes foi inadequada e eles mereciam ter tido algum tipo de advertência. Não precisava mais do que um amarelo para cada, o que está previsto nas modificações recentes das regras.
Entretanto, isso não mudaria nada no Gre-Nal e, embora esteja citando esse fato, nem os cartões não aplicados para os treinadores foram capazes de gerar qualquer tipo de prejuízo na avaliação da arbitragem do clássico. O resultado foi legítimo e as coisas se resolveram na bola, dentro das quatro linhas.