Com a realização do teste teórico no último domingo, a arbitragem encerrou a pré-temporada para o Gauchão, em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. Ao longo do fim de semana, 25 árbitros e 26 assistentes estiveram reunidos por aproximadamente 16 horas no auditório de um hotel da cidade para discussões teóricas e outras cinco horas para treinamento prático no Estádio Municipal Homero Soldatelli.
Nessas atividades, eles foram conduzidos pelos integrantes da Comissão de Arbitragem da FGF e mais três instrutores: os ex-assistentes Marcelo Barison e Paulo Conceição e o ex-árbitro Franscisco Neto.
– É o momento de atividade intensa. Foi muito proveitosa no sentido de podermos ajustar algumas opiniões e até para ouvir o que a Comissão pensa – ressalta Anderson Daronco, único árbitro Fifa do RS.
Nos momentos em que estiveram em sala de aula, os assuntos discutidos giraram em torno de situações mais complexas das regras. Além disso, os árbitros e assistentes receberam orientações sobre procedimentos que devem ser adotados.
A grande preocupação de quem apita segue sendo com relação aos lances de mão na bola e bola na mão. Foram mostrados 12 vídeos com lances do Gauchão do ano passado. Foi pênalti ou não? A cada jogada apresentada, os árbitros argumentavam sobre qual seria a decisão correta. Houve situações que dividiram opiniões, mas em todas elas um posicionamento oficial foi manifestado após a discussão.
– A grande dificuldade que se tem é a visualização desta jogada de uma maneira clara. Aquilo que o torcedor vê em casa, muitas vezes o árbitro não consegue ver dentro do campo. Ele é um ser humano e tem um ângulo de visão só – pondera Leandro Vuaden.
Neste sentido, as orientações dos instrutores foram intensas em relação ao posicionamento dos árbitros. Há um consenso de que a maior parte dos erros ocorre por conta da má colocação do juiz dentro de campo.
– Muitas vezes a gente acaba cometendo equívocos não por desconhecer a regra ou por não saber interpretar se foi mão ou não, por exemplo. É porque acabamos não visualizando esse tipo de jogada por não ter um posicionamento correto. É incrível como muda a percepção da jogada estão um metro a mais para direita ou para a esquerda – acrescenta Anderson Daronco.
Os árbitros também foram alertados de que devem mostrar amarelo caso reclamações acintosas ocorram dentro de campo. Além disso, haverá foco no controle dos bancos de reservas. Não será surpresa um número elevado de expulsão de treinadores.
– O comportamento inadequado nas áreas técnicas acaba sendo transmitido para dentro de campo e causa uma perturbação nos jogadores. E isso se reflete no jogo em si – completa Daronco.
Outras duas situações foram ressaltadas. O agarra-agarra é uma delas. Por isso, atenção para os pênaltis em lances de bola alçada na área, seja nos escanteios ou até mesmo em faltas laterais. Também haverá cuidado com o uso do cotovelo na disputa de bola. Se, ao brigar por espaço, o jogador atingir o adversário na altura da cabeça, receberá amarelo. Em choques de maior intensidade será aplicado vermelho direto.