A escolha do árbitro mexicano César Ramos para a final do Mundial foi surpreendente. Embora esteja entre os principais de sua confederação, vejo alguns riscos na decisão. Grêmio e Real Madrid mereciam alguém mais experiente para um jogo tão importante.
O juiz mexicano é bastante jovem. Quando entrar em campo, no sábado, terá 34 anos. Ramos faz aniversário nesta sexta, e está ganhando um presente que talvez nem ele esperasse.
O fato é que César Ramos tem pouca rodagem no cenário internacional, com menos de 30 jogos. Apenas um desses foi decisão de campeonato. O maior problema é que ele ainda não tem a capacidade de comando totalmente afirmada. É um árbitro que demonstra sérias dificuldades de controle disciplinar. Essa é a maior preocupação em relação ao jogo. A partida entre o tricolor gaúcho e o time espanhol será o jogo da vida do juiz e ele precisará se superar dentro de campo.
É importante ressaltar que não foi uma escolha por falta de opção. Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, era o favorito para estar dentro de campo e será apenas o quarto árbitro. A comparação entre eles é desleal. Irmatov tem cinco vezes mais jogos internacionais na carreira. São 14 anos na Fifa. Além disso, é recordista em Copas do Mundo, com nove partidas, e já fez duas decisões de Mundial de Clubes. Em 2008, entre Manchester United e LDU, e em 2011, entre Santos e Barcelona. Ele teria sido a minha escolha para essa final.