Na última terça-feira (6), os comunicadores do Grupo RBS Luciano Potter e Paulo Germano deram, em momentos distintos, depoimentos que provocaram ampla repercussão. Abordaram questões da vida privada. Não foram decisões tomadas no calor da hora, de forma intempestiva. Ao contrário.
Potter, que recentemente havia anunciado sua saída do programa Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, contou na ocasião que tomava a decisão principalmente porque pretendia estar em casa na hora do almoço para dividir a mesa com a família — ele é pai de Santiago e Federico. Desde então, o apresentador do programa Timeline e integrante do Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, passou a receber críticas de ouvintes e seguidores de suas redes sociais. Potter gravou um vídeo, em tom de desabafo, em que explica sua decisão de deixar um dos programas.
— Em poucos dias, tomei duas decisões. A primeira, de ter horário de almoço livre com os meninos, que eu nunca tive na vida deles. A segunda foi a de fazer o vídeo. Quando dei as razões para minha saída do programa, passei a receber comentários de todo o tipo: que eu ia começar a perder trabalho, que não era o momento, que os guris são jovens ainda, que era para deixar para a aposentadoria, que não era uma coisa inteligente de se fazer, que era só contratar uma babá. Daí pensei: vou mostrar não só a minha vontade de estar perto dos filhos, como contar que a ciência diz pra gente que é bom estar perto das crianças em vários momentos, inclusive em horários ligados às refeições — afirma Potter.
Apresentador do Timeline junto com Potter e Kelly Matos, Paulo Germano, o PG, também tomou uma decisão difícil e maturada ao comentar no ar, na terça-feira, que teve de pedir ajuda para sair do alcoolismo. Inúmeros ouvintes se identificaram na hora com o depoimento.
— A grande questão é: pode um assunto tão pessoal ter interesse público? Não dá para esquecer que um jornalista, no ar, está a serviço da sociedade, não pode usar aquele espaço para vomitar qualquer problema particular. Mas, quando a questão privada lança luz sobre uma angústia comum a muita gente, oferecendo inspiração, orientação, ou mesmo só um acolhimento, não há dúvida de que o interesse foi atendido. E eu fico feliz em ajudar, porque, como alcoolista, sei bem o que é precisar de ajuda — diz PG.
Tanto Potter quanto PG se valeram de um dos princípios basilares do jornalismo: a transparência com o seu público. Acesse aqui o depoimento de Potter e aqui o de Paulo Germano.