Não há nada mais gratificante para um jornalista do que receber retorno dos leitores, seja para elogios, críticas construtivas, sugestões ou até comentários aleatórios. Significa que a pessoa não só leu o conteúdo, como dedicou parte do seu tempo para enviar uma mensagem. Criar conexão com o público ajuda a enriquecer o trabalho de quem escreve.
O colunista de Zero Hora e de GZH Fabrício Carpinejar é um exemplo de profissional que estimula a interação, que procura se abastecer da sabedoria e das dicas dos seus leitores. Como ele próprio diz, são “dois tempos da ternura”: alguém parou a sua rotina para ler os textos e para registrar a opinião, o sentimento a respeito do que ele escreveu.
São inúmeras as “cartas” que Carpinejar recebe diariamente. E não estamos falando de WhatsApp ou de um comentário instantâneo numa postagem em rede social, mas da solenidade do e-mail.
– Suspender um momento da rotina, do trabalho, da família, no meio de tantas demandas, para escrever uma mensagem a um colunista significa um total reconhecimento ao seu trabalho. É alguém que abriu um espaço na agenda, combateu a pressa, pelo capricho do diálogo, pela urgência da empatia. Fez questão de redigir uma mensagem explicando a sua identificação com o texto. Não há prêmio maior – afirma Carpinejar.
Abaixo, alguns exemplos de recados que ele recebe diariamente.
“É impressionante o que tu consegues com as tuas palavras, o alcance que nos leva e nos faz sentir. As sutilezas! É uma infinidade de adjetivos que não cabe eu repetir tudo que você, com certeza, já sabe.”
“Eu me emocionei com o texto dos brigadianos. As palavras escritas descrevem algo que poucas pessoas sabem. Que Deus te abençoe.”
“Hoje, ao abrir a Zero, dei de frente com a tua crônica. Ou morro de rir, ou choro. Tens o verdadeiro dom de chegar bem no fundo... pois então, te digo que os “bobes”, no meu caso, não morreram.”
“Temos um filho que foi para a outra vida com 31 anos, num acidente de trânsito. O senhor soube descrever com incrível perfeição o sentimento dos pais numa situação dessas.”
Jornalista e escritor, Carpinejar ressalta a diferença entre os textos de jornal e de livro:
– Diferente do texto de um livro, já com a sua versão acabada, o do jornal é vivo. O leitor completa o meu raciocínio, acrescenta detalhes, informações e lembranças. Vivo recebendo sugestões de pauta. Tenho um carinhoso público trabalhando comigo.
De tanto interagir, Carpinejar revela um sonho:
– Quero que o leitor até esqueça que fui eu que escrevi a coluna, acredite que foi ele que pensou em voz alta.