O problema do Inter não seria a ausência de Fernando, mas a dele associada à de Thiago Maia. Rômulo é um razoável marcador, mas a função exercida pelo ex-jogador do Manchester City vai muito além. A saída de trás é mais natural, rápida e objetiva com Fernando, assim como a confiança de inverter o lado das ações numa virada de jogo precisa. Rômulo não tem esse tipo de leitura.
Qualidade e inteligência não faltam a Bruno Henrique na vaga de Thiago Maia, mas entrosamento não se ganha em alguns dias de treino. Seriam dois desfalques em um setor cerebral. O risco é de, sem essas peças, a engrenagem ajustada dar uma travada ou ficar mais lenta.
Nos bastidores, a informação é de que o próprio Fernando comunicou que ainda se sente inseguro. Trabalhou só de tênis até agora. Vale dizer que o Brasileirão não acaba no Gre-Nal.
Eu apostaria que jogam todos — Rogel, Fernando, Borré —, mas a entrevista de Roger Machado lançou dúvidas sobre Fernando. Pode ser só aquele mistério da precaução? Claro que sim. Dá para calcar chuteiras até sábado (19). Mas, caso contrário, o possível duplo desfalque de volantes do Inter tem força para recalibrar o Gre-Nal.
No Inter, por lesão
O rendimento do Inter caiu um pouco nos últimos jogos, pela leitura que os adversários começam a fazer. Porém, os antídotos de Roger Machado a cada jogo seguem sustentando uma campanha sólida. São nove partidas sem derrota. O G-4 está perto.
O Grêmio, comparado aquela gosma da derrota para o Criciúma, que fez Renato corretamente redesenhar time e conceito para um modelo com mais ênfase defensiva, melhorou. Tanto que é a quarta campanha do returno. O favoritismo já tinha diminuído um degrau por isso.
Há mistérios lá e cá, mas os de Roger decorrem de lesões — ao contrário de Renato.
No Grêmio, por opção
No Grêmio, os titulares e reservas imediatos estão longe do departamento médico, com exceção de Gustavo Martins. Renato tem fartura de escolhas para o Gre-Nal. Diego Costa, Braithwaite, Aravena, Soteldo, Pavon, Cristaldo, Monsalve, Edenilson — do meio para a frente é força máxima de elenco. Idem para os volantes. O parceiro de Villasanti tanto pode ser Dodi (mais marcador), quanto Pepê (mais meia), passando por Ronald (um misto).
A suspensão de Reinaldo talvez faça bem ao time, com Maick garantindo um Aravena mais solto e um Kannemann mais seguro. Os mistérios de Renato são por opção — ao contrário de Roger.