A penhora judicial da Arena pela Justiça paulista movimentará a corneta Gre-Nal. Colorados mencionarão a tese do estádio de aluguel, motivo de quase guerra no período de construção entre vermelhos e azuis pelo menos até Fábio Koff reassumir a presidência e dizer, em entrevista exclusiva a ZH, que a Arena não era do Grêmio.
Juridicamente, não é mesmo. Tanto que está sendo penhorada porque a OAS e suas sucedâneas — ou o que restou da construtora baiana após a Operação Lava Jato — não está pagando aos bancos o dinheiro tomado para financiar a obra. O fato é que a penhora vale mais politicamente, como forma de pressão e constrangimento dos bancos em busca dos R$ 226,39 milhões da ação.
Alguém imagina a Arena indo à leilão? Quem a compraria? E, comprada fosse, seria derrubada em nome de um shopping ou condomínio residencial?
Claro que não. O que faz a Arena render é a torcida do Grêmio. Sem ela, a chance de os bancos receberem é zero. O novo dono seria alvo de boicotes. Nenhuma grande marca ou empresa embarcaria nessa canoa. Tudo ficará como está, quem sabe apenas com o Grêmio repassando a bilhetaria diretamente para os bancos, monitorado pela Justiça.
Uma pendenga que nasceu em 2012, na inauguração, e já nem sei se terminará em 2032, quando a OAS teria de passar a propriedade total ao Grêmio. Mas como, se o Olímpico nunca entrou no negócio, conforme o acordo inicial? Fica a palavra "penhora" a tisnar o orgulho tricolor. De prático, nada.