O Inter melhorou no segundo tempo, mas não o suficiente para impedir o Caxias de estar sempre mais próximo do gol.
O fator Beira-Rio indica vantagem rumo à final do Gauchão? Pelo placar, sim. No mata-mata, empate fora de casa nunca será mau resultado. Mas, pelo rendimento, não.
O Caxias foi mais veloz sempre: nas transições, nos contra-ataques e na marcação agressiva.
A questão central do jogo deste sábado no Centenário foi a dupla de volantes. Lentos, marcando mal e inseguros nos passes, Johnny e Matheus Dias travaram o meio-campo do Inter.
Enquanto isso, os volantes do Caxias, Marlon e Vini Guedes, seguiram ativos o tempo todo, buscando o passe vertical e fazendo a bola girar sem atraso. Facilitaram a vida do seu 10 Peninha, enquanto Alan Patrick teve de usar todo o seu talento para organizar.
Melhorou um tanto quando corretamente Mano tirou Matheus Dias no intervalo. O jovem sentiu o jogo. Nervoso, era desarmado facilmente, de cabeça baixa. De Pena qualificou a posse de bola, mas o problema seguiu. E se trata de um problema grave.
Um meio-campo com dois volantes lentos na transição e com medo de trabalhar a bola interfere em toda a dinâmica do time.
Se eles buscarem demais o passe para trás, sem depois ocupar o espaço livre, além de chamarem a ligação direta que facilita a vida do adversário, tiram do jogo outras peças da transição.
Foi o que aconteceu com Bustos e Renê. A bola chegava apertada neles. E, quando chegava, ninguém se mexia para receber, a não ser Alan Patrick e Luiz Adriano. Restava a eles o passe longo rente a lateral.
Até nos passes laterais simples Johnny e Matheus Dias pareciam inseguros. Se o Inter não resolver esse problema central, o que talvez implique em rever conceitos para a posição de volante, de nada adiantará pensar em 4-3-3, 4-2-3-1 e este ou aquele atacante.
Time sem meio-campo que marque e jogue não vai a lugar algum. A transição lenta facilita o encaixe da marcação pelo adversário. Se não resolver essa questão imediatamente, o Inter não ganha o Gauchão e sofrerá na Série A.