Chegou a ser constrangedora a mudança em tão pouco tempo. Contra um adversário melhor do que o Grêmio vinha enfrentando no Gauchão, um time profundamente modificado na escalação e no desenho tático venceu e, enfim, convenceu em 2022. A superioridade foi total do primeiro ao último minuto, com posse de bola, futebol ofensivo, muitas finalizações, quatro gols cuidados defensivos de sobra.
De longe, o 4 a 0 sobre o São Luiz, neste sábado, na Arena, é o melhor desempenho tricolor no ano. Roger revogou de imediato os volantões. Thiago Santos estava suspenso, mas Lucas Silva foi para o banco. Em vez deles, dois meias da base. O volante Bitello e o meia Gabriel viraram meio-campistas modernos.
Villasanti, que até armador tipo camisa 10 foi com Mancini na campanha do rebaixamento, tornou-se volante de contenção, o chamado primeiro volante. Para atacar, 4-3-3. Para defender, 4-1-4-1, com Villasanti entre as linhas de quatro. Assim, a equipe ganhou volume e se protegeu com a bola no pé.
O grande segredo da ótima atuação tem dois dois nomes. Bitello e Gabriel deram outra dinâmica ao meio-campo, que antes era lento e sem criação. Marcaram como volantes, e se projetaram na fase ofensiva como meias ou atacantes, sempre entrando na área e tirando Diego Souza do isolamento. Houve mais movimentação e ocupação de espaços.
Mudou a ideia, mudou a escalação, mudou o desenho tático, mudou o técnico. Mudou o Grêmio, que parecia ressuscitado depois de jogos muito ruins no Gauchão. E voltou a esperança de voltar à Série A sem percalços.