A hora certa de demitir Mancini era após o rebaixamento. Falo agora porque disse lá atrás. Naquele momento, nem seria demissão. Em fim de temporada, é protocolar avaliar o trabalho e decidir pela sua continuidade ou não. Todos os elementos que agora o demitiram estavam claríssimos em dezembro.
Mancini não rebaixou o Grêmio, mas caiu com ele. Isso pesa 10 toneladas. As vitórias contra times desfocados, de olho em outras competições, colocavam a propalada evolução em xeque. Elas viriam com adversários em força máxima? Nunca saberemos, mas é fato que nos jogos chave, contra Bahia, Sport, América-MG ou Gre-Nal, nestes o Grêmio fracassou jogando mal.
A incoerência de escalar Thiago Santos e Lucas Silva juntos, para quem falava em time mais leve e móvel, também ajudou. A dupla brucutu saiu jogando na Bahia. Estava em campo contra o Juventude, na derrota evitada por sorte neste fim de semana. Em resumo: o Grêmio está corrigindo um erro, só que para isso sacrificou a pré-temporada, ao menos do ponto de vista técnico, o que também está errado.
Começa mal o ano de Série B, trocando de treinador antes do fim de fevereiro. É ruim, ainda que pudesse ficar pior. Vagner Mancini sai do Grêmio com delay. E com R$ 1,6 milhão a receber. Uma demissão lucrativa. Ainda mais para quem, logo ali, estará empregado de novo.