Eu disse no Sala de Redação. O problema do Grêmio na última rodada não estava na Arena, mas no Alfredo Jaconi. Não, o Grêmio não foi rebaixado pelo Corinthians, que perdeu para o Juventude sem chutar uma bola no gol sequer. Ou pelo ódio da Gaviões da Fiel, que vitaminou seus jogadores em nome de um esforço de vingança por 2007, quem sabe nem tão interessado assim em Caxias.
Nem por um bravo e heroico Juventude, que segue na Série A com méritos impressionantes. Ou pela arbitragem, a menos que o VAR tenha errado em todas as 19 derrotas no campeonato. E os prejuízos de seus adversários? Não, o Grêmio não foi rebaixado nesta quinta-feira, mas nas 19 derrotas e seis meses de Z-4.
Não foi injustiçado. O Grêmio foi rebaixado pela sua própria, sombria e descomunal incompetência. Pelas contratações caras que não deram certo e, por serem caras, tiveram de receber mais uma chance, atrasando a remontagem do time. O Grêmio foi rebaixado pela terceirização do vestiário. Ficou tudo na mão de Renato. Quando o demitiram e tentaram retomar o controle, já era tarde. A chave do vestiário nunca mais foi encontrada.
Os grupinhos estavam robustos, sobretudo cascudos versus base. Por fim, o Grêmio foi rebaixado pela ausência de uma ideia. Com Felipão, fecha a casinha. Com Vagner Mancini, abre a casinha. Cada técnico que chegava (cinco, contando Thiago Gomes) queria do seu jeito. Virou uma confusão mental na cabeça dos jogadores. Este terceiro rebaixamento é o maior fracasso da história do Grêmio.