Os valores são significativos. A notícia é de que o Sassuolo pagará 12 milhões de euros (R$ 74 milhões), mais 3 milhões (R$ 18,5 milhões) em metas, podendo chegar, portanto, a R$ 92,5 milhões. É muito dinheiro. Claramente o Grêmio aproveita a grife olímpica e o limite de idade que o mercado paga melhor, até 24 anos.
Tirando os valores, tudo indica que a saída de Matheus Henrique e o pouco apreço interno de Darlan sinalizam uma mudança no Grêmio. Saem os volantes mais baixos, mas com grande mobilidade e capacidade técnica, os chamados meio-campistas, entram os altos e fortes.
Que, nem por isso, são necessariamente quebradores de bola, eu sei. Refiro-me ao conceito. É aquela discutível história de que volante tem de ser grandão e alto, para suportar o choque com os atacantes e ajudar na bola aérea. A premissa, repare, é a ênfase defensiva, deixando a posse de bola e a troca de passes para depois.
Arthur, Matheus, Maicon em fim de carreira. Aos poucos, volantes de habilidade e dinâmica, cujo ciclo começou com Roger Machado e se aprofundou com Renato, vão se despedindo do Grêmio em nome de outro perfil. A ideia defendida por Renato, mais ofensiva, a que tirou o clube da fila de 15 anos, está sendo substituída pelo Grêmio de Felipão, que nos anos 1990 também foi vencedor. Cresce o popular “fechar a casa e jogar por uma bola”.
A menos que as contratações com a fortuna recebida pela venda de Matheus Henrique me desmintam, eis aí um negócio que diz muito sobre o futuro do Grêmio.