Não é o ideal ter de vender um jovem de 17 anos como o lateral-direito Vinicius Tobias para o Shakhtar antes de sequer estrear no time principal. Mas se trata de um remédio amargo que o clube, em algum momento, tinha de ministrar em várias doses.
Até fevereiro, o clube receberá R$ 37,1 milhões em duas parcelas, sem contar os bônus por produtividade na Ucrânia e os 20% dos direitos que ainda ficarão retidos no Beira-Rio para uma revenda.
O cálculo é simples.
Acrescente os quase R$ 30 milhões pagos pelo Bragantino por Praxedes, mais negócios menores (o volante Charles para a Turquia, além de João Peglow e Leo Borges no Porto). Assim, o Inter está próximo de alcançar os R$ 90 milhões em vendas previstos no orçamento de 2021.
Não duvido que o Inter até ultrapasse a meta, caso lucre com alguns veteranos. Guerrero, por exemplo, uma estrela que sempre tem mercado. Ou Thiago Galhardo. Ele quase foi para a Arábia Saudita. É possível que a próxima janela se abra para Yuri Alberto, pelo potencial promissor, mesmo que não viva boa fase.
O mercado paga muito pelos jovens pela expectativa de lucro. Os europeus os compram pensando em investimento pelo dobro na Europa. O Porto, aliás, é especialista nisso. Não há solução sem gestão, e o CEO do Inter, Giovane Zanardo, é um sujeito sério. Ele está trabalhando sem fraquejar para colocar as contas em dia, o que parecia impossível.
O desafio, agora, é o futebol saber gastar, sem colocar dinheiro fora em contratações ruins.