Um dos pontos que Miguel Ángel Ramírez talvez tenha mais dificuldades de construir no time do Inter são as ações dos laterais. Ao contrário de Coudet, que pedia para Rodinei e Moisés ampliarem o campo como extremas, no 4-1-3-2, o espanhol os quer mais por dentro, deixando os ponteiros ocuparem as beiradas.
O conceito é o mesmo: posse de bola e jogo ofensivo, mas por caminhos diferentes. Rodinei e Moisés, mais o primeiro do que o segundo, não flutuam por dentro com leveza. Com Abel, em um modelo mais tradicional, dentro daquela ideia de primeiro defender e só depois atacar, eles cresceram.
E agora?
Heitor parece se encaixar melhor no que pretende Ramírez, até Saravia voltar. Na esquerda, há menos opções, pois Leo Borges ainda tem caminho a percorrer. A não ser que Ramírez consiga ensinar Rodinei e Moisés a vestir esse novo figurino de lateral meia.
Pode acontecer, embora difícil. É uma das belezas do bom técnico, caso do espanhol de 36 anos: riscar fora da caixa e descobrir virtudes improváveis de seus jogadores.