Tem sido assim nos últimos anos. A temporada afunila. O Inter retrai e fica pelo caminho. Ou se encolhe no epílogo, como na final da Copa do Brasil de 2019. Redesenhado por Abel Braga em BH, porém sem a mecânica que só o tempo traz, o Inter ao menos teve a atitude que faltou no Beira-Rio contra a América-MG, na noite desta quarta-feira (18). Mas é preciso futebol, e isso faltou.
A eliminação veio nos pênaltis e foi dolorida, claro, mas a verdade é que a vitória por 1 a 0, com gol de Yuri Alberto nos acréscimos, veio por acaso. Não foi um bom jogo colorado. Abel alinhou volantes, Lindoso e Dourado. D’Ale foi meia, por dentro, deixando os lados para Leandro Fernandez e Edenilson. Houve certa pressão inicial, com quase 70% de posse de bola, mas sem objetividade ofensiva.
Verdade que o América-MG nada fez, apostando no contra-ataque, mas quem tinha de buscar a virada era o Inter. O time de Lisca projetou o jogo dessa maneira. Os goleiros não fizeram defesa alguma. Matheus Cavichioli só trabalhou em intervenções. O segundo tempo do Inter foi inoperante, só na bola aérea, sem lucidez e no upa-upa.
O gol de Yuri no fim poderia até ter salvado a noite, mas o Inter não mereceu. Como entender as escolhas por Rodinei em vez de Heitor? Ou Yuri Alberto ficar no banco para Leandro Fernández? Não foi por isso que o Inter que o Inter restou eliminado. A vaga escapou na derrota do Beira-Rio. Mas escolhas individuais tão simples e óbvias não podem passar batido. O fim de ano que se avizinha para o Inter é de desarticulação. Isso não é bom.