A pandemia que mudou o mundo em 2020 ficará marcada também na gestão de Marcelo Medeiros no Inter. Após a eliminação da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (18), em Belo Horizonte, para o América-MG, nos pênaltis, o presidente concedeu coletiva em tom de despedida e lamentando as circunstâncias recentes no Colorado.
— Nossa responsabilidade é 100% — assumiu Medeiros, relembrando:
— Assim como em 2017, ao trazer o Inter de volta, mesmo sem vencer a Série B, mas trouxemos, ou em levar para a Libertadores no ano seguinte, disputando a parte de cima da tabela, ou em levar o clube até uma final de Copa do Brasil, foi sempre a mesma responsabilidade por tudo isso. Já a decisão da troca de comando técnico não foi nossa — disse, visualmente abatido.
A direção colorada enfrenta dificuldades financeiras em 2020. A classificação para a semifinal da Copa do Brasil renderia R$ 7 milhões, e era verba considerada na projeção anual. Sem ela, a conta do déficit que girava na casa dos R$ 70 milhões volta a estar em aberto. Ainda assim, o presidente Marcelo Medeiros garantiu o pagamento dos salários até o fim da sua gestão.
— Ainda temos duas competições. Sendo um mata-mata com o Boca Juniors, que também tem uma verba significativa caso tenha sucesso passando pra próxima fase — argumentou, assegurando:
— Vou entregar o clube na Série A, trabalhando pela liderança da competição, e semana que vem os destinos do clube já terão um novo horizonte pois teremos eleição no dia 26.
Na metade de dezembro o próximo presidente colorado será conhecido. Em tom de despedida, Medeiros fez uma análise do seu mandato lembrando da gestão anterior à dele, liderada por Vitório Piffero:
— Fiz o mandato de um cara que teve coragem de enfrentar todas as dificuldades que enfrentamos. Não foi só a Série B. Assumimos um clube que nos deixou uma gestão impactada por uma anterior que até hoje estamos tentando colocar as coisas em ordem.
Por que Abel Braga?
Questionado sobre os motivos que o fizeram contratar Abel Braga para substituir Eduardo Coudet, Medeiros ressaltou o curto espaço de tempo entre o pedido de demissão do argentino e as decisões do Inter em campo. O presidente ressaltou o carinho e a trajetória envolvendo o carioca de 68 anos campeão do Mundo e a torcida colorada, e negou que tenha sido uma atitude eleitoreira.
— Se o Inter tivesse vencido hoje (quarta-feira), vencer domingo (Brasileirão), ganhar do Boca (Libertadores), não seria eleitoreiro, é da responsabilidade de fazer um bom trabalho — desabafou.