O quadro é o pior possível para o Inter, sobretudo pelo adversário. O Boca Juniors pode não estar no melhor momento da temporada, mas vem de uma reconstrução muito clara para recuperar a hegemonia perdida para o River Plate, que domina o futebol argentino há mais de meia década.
Já ganhou e retomou a hegemonia do Campeonato Argentino, deixando Marcelo Gallardo, o técnico rival, com essa lacuna: nunca ganhou nos pontos corridos, como treinador. Agora, é só acompanhar a imprensa portenha, está decidido a dar o segundo passo: reconquistar América. Ou apenas "La Copa", como eles gostam de chamar, com um certo ar de intimidade.
O desafio do Inter é medonho pelo Boca e o momento colorado, de completa instabilidade e desagregação para onde você olhar. Nem o técnico tampão, Abel Braga, infectado, estará a beira do campo.
O que fazer? Insisto no pragmatismo.
Retomar o desenho tático e as funções de cada um com Eduardo Coudet, com as quais os jogadores estão acostumados. E, claro, ajustes pontuais: Yuri ao lado de Galhardo, Dourado na vaga de Musto, Heitor na de Rodinei, D'Alessandro por dentro. Moledo no time, ainda mais sem Victor Cuesta, suspenso.
É a tentativa possível, já que mudar tudo resultou em derrotas em séries, inclusive quando ganhou do América-MG, derrubado nos pênaltis. Se conseguir vencer o Boca, que já dá a vaga nas quartas como favas contados, o Inter ganha a injeção de ânimo que precisava para não desabar ainda mais no Brasileirão. Duro, improvável até, mas não impossível. Se conseguir, o Inter sai do divã e cura a depressão pós-Coudet.