Sim, o presidente Romildo Bolzan fez contato com Edinson Cavani para tentar a maior contratação da história tricolor. Foi no crepúsculo do ano passado, quando o atacante uruguaio deixou o PSG. Respeitosamente, Cavani ouviu o Grêmio, falou do sonho de um dia jogar a Libertadores, torneio que falta disputar em seu currículo, e informou os valores que recebia em Paris. Por um ano, quase R$ 100 milhões.
O próprio Romildo revelou a história toda, lá em Salvador, onde o Grêmio joga nesta quinta-feira contra o Bahia. Se houve um primeiro contato amistoso e educado, embora nem proposta o Grêmio tenha feito em razão dos valores estratosféricos, por que não um segundo ou terceiro no futuro? Os cenários do futebol mudam rapidamente, como se sabe.
Está desfeito o mistério em torno de Cavani no Grêmio. Não surgiu do nada, assim por abiogênese. Houve um fato que o deflagrasse a onda, pelo tamanho do jogador no cenário mundial. Hoje em dia, quase nada fica no mais absoluto segredo, ainda mais no futebol em tempos de redes sociais. Quantas pessoas sabiam dessa primeira abordagem? Cavani, Romildo, o estafe do jogador, profissionais do Grêmio, familiares de todos os lados.
Não era mera lenda urbana. O que veio depois desse primeiro contato, aí sim, virou uma curtição da torcida gremista, entre sonho e realidade. Torcida é paixão. A razão é um acessório.
Bem, depois dessa revelação de Romildo (que fez bem: tem de sondar mesmo, mesmo que pareça impossível), e da maneira como os gremistas embalaram a situação toda, não duvido que empresários se mobilizem para montar um pacote em que todos ganhem, sem tanto prejuízo financeiro imediato ao clube.
Aí dependeria só de Cavani topar, o que não é pouco pelas dezenas de propostas que chegam até o uruguaio, que ainda tem alguns anos de carreira em alto nível. O mistério da origem dos rumores está desfeito, mas o final seguirá alimentando o sonho dos gremistas. É o futebol, para além da matemática e das racionalidades.