O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, confirmou nesta quarta-feira (9), em Salvador, que entrou em contato com o atacante Cavani. Conforme apurado pela reportagem de GZH, a primeira conversa com o uruguaio ocorreu no final de 2019, através de um intermediário. O Tricolor ouviu que o centroavante tem o sonho de jogar a Libertadores, mas o alto salário do atleta tornou a operação inviável.
A ideia surgiu em outubro do ano passado, quando a imprensa europeia divulgou que o uruguaio não renovaria o seu contrato com o PSG. Com autorização de Romildo, um intermediário descobriu o telefone do jogador e fez a ligação. O centroavante foi cordial e aceitou ouvir o que o emissário teria a dizer.
Cavani relatou que tem como sonho jogar a Libertadores, competição que ele nunca disputou na carreira — já que ficou pouco tempo no Danubio antes de se transferir para o futebol italiano. Por essa razão, o centroavante revelou que gostaria, sim, de retornar à América do Sul em algum momento para atuar em uma equipe que dispute o torneio continental.
Contudo, o uruguaio afirmou que ganhava, no PSG, um salário mensal de 1,2 milhão de euros, o que hoje equivale a R$ 7,5 milhões. Por ano, seria aproximadamente R$ 90 milhões. Os números e o conteúdo da conversa foram repassados a Romildo, que decidiu não apresentar sequer uma proposta por conta dos valores considerados estratosféricos.
A ideia, no entanto, não caiu no esquecimento. Como Cavani está livre no mercado desde 30 de junho e ainda não acertou com nenhum clube europeu, empresários tentaram nos últimos dias articular uma operação para oferecer o uruguaio ao futebol sul-americano. O Grêmio, claro, apareceu como uma possibilidade lógica. A direção garante que não há possibilidade, por conta das cifras astronômicas. Ao menos agora.
— O atrelamento do Cavani ao Grêmio é cultural, pela imortalidade, pela garra, pela forma que joga. Tem tudo a ver. Se alguém sonha com o Cavani, sonha corretamente. Não foi do Grêmio que saiu essa informação. Um tempo atrás, fizemos uma conversa com o Cavani, mas não é o Grêmio que vai competir. Vamos voltar à racionalidade. Neste momento, não tem a mínima possibilidade de andar. Não quero frustrar ninguém. Se um dia tivermos condições, faremos esforços para isso. Mas não temos condições de avançar nas negociações que ele faz na Europa — declarou Romildo na manhã desta quarta, em Salvador.
A direção gremista está atenta. Seja agora, seja no futuro, se Cavani aceitar uma proposta muito mais baixa do que o que pode ganhar na Europa, por conta do desejo de jogar uma Libertadores, o Tricolor fará uma nova investida.
— Se o Cavani fizer a opção de vida de jogar na América do Sul, aí poderemos talvez conversar. Se ele quiser vir fazer um projeto de vida vinculado ao projeto esportivo, vamos tentar viabilizar, com esforço do clube e da torcida. Mas não é o que temos neste momento — completou o presidente.
Cavani tem até 5 de outubro para ser inscrito por algum clube europeu na Liga dos Campeões. O uruguaio deve definir o seu futuro até esta data.