O martelo ainda não foi batido, mas a Divisão de Acesso está perto de ser cancelada. Onze dos 16 clubes assinaram um manifesto se declarando sem condições de atender aos rigorosos (e caros) procedimentos sanitários exigidos para o recomeço do campeonato, paralisado na terceira rodada.
A maioria, na verdade, está desmobilizada, devendo para seus profissionais. Como se organizar para comprar testes, sanitizar estádios e CTs ou mobilizar equipes médicas para coordenar tudo? A FGF não tem condições de bancar tudo sozinha, mas essa não é a questão principal. O grave é a questão da segurança sanitária.
A FGF, por sua vez, entende que é arriscado jogar com chance de, por exemplo, ocorrer um surto após uma partida. Sem o protocolo cumprido na Série A, é uma possibilidade, ainda mais no atual estágio da pandemia no Rio Grande do Sul. Os atletas positivados, têm sido assim, são assintomáticos, mas e a transmissão para familiares e outras pessoas?
O departamento jurídico da FGF já foi acionado para dar um parecer sobre a situação. Para cancelar a Divisão de Acesso, pelo regulamento, é preciso unanimidade dos participantes. Mas existe uma exceção legal, chamada de "justo motivo", que permite uma decisão por maioria, como é o caso. Uma pandemia em um torneio sem condições de entrega sanitária, vamos combinar, é um motivo mais do que justo.
Sem Divisão de Acesso (e Segundona, claro), a Série A de 2021 estaria resolvida sem a necessidade de incluir mais dois clubes, mantendo o mesmo número de datas. Como se sabe, no Gauchão deste ano não houve rebaixamento. O cancelamento do Acesso ainda não foi definido oficialmente, mas parece ser o único caminho — até porque é quase impossível o governo do Estado liberar um campeonato sem as garantias que a Série A ofereceu.