Segundo a Sports Value, empresa com base de dados mais antiga entre as que analisam financeiramente os clubes de futebol, a temporada de 2019 consolidou um redesenho no mapa econômico do futebol brasileiro. No início nos anos 2000, São Paulo e Inter lideravam por alguns anos.
Depois veio o Corinthians, graças ao projeto Ronaldo Fenômeno em 2009, que resultou no time campeão mundial com Tite em 2012. Agora surgem Palmeiras/Crefisa e Flamengo. O rubro-negro carioca é líder com folga, consolidado-se, inclusive, como maior força financeira das Américas. Isso sem falar no mais incrível: o Flamengo de 2019 foi o time de maior receita fora da Europa, com quase R$ 1 bilhão.
Tudo certo na análise comparativa e histórica da Sports Value, mas é preciso salientar um "pequeno" detalhe: a pandemia do novo coronavírus. Um passo de gestão em falso em 2020, temporada que já nasce golpeada em termos de arrecadação, pode colocar tudo a perder, talvez produzindo montanhas de dívidas. E se a covid-19 corroer a potência do Flamengo e Palmeiras no curto prazo?
Um erro medido em milhares tem um peso. Outro, se calculado em centenas de milhões, pode ter efeito devastador. Não me surpreenderia se os balanços pós-pandemia apresentarem surpresas.
Inteligência
Venho batendo na tecla de que algo diferente está sendo feito no Nordeste. Além da profissionalização, a falta do dinheiro disponível nas Regiões Sul e Sudeste é driblada com criatividade e inovação.
O Bahia lançou um pacote com 18 benefícios para o sócio que seguir em dia durante a pandemia. Tem até cerveja de graça para quem consumir de um patrocinador, tipo pague um e leve dois. Outra sacada: 31% de desconto (o Bahia foi fundado em 1931) em compras na loja.
O mais revolucionário benefício é, em vez de fixar percentual a menos na mensalidade, conversar individualmente com milhares de sócios. Quem puder, segue como está. Quem não puder, o clube vai procurar e ver como o torcedor pode ajudar. Lênin Franco, jovem diretor de marketing, tem conquistado até novos associados.