É claro que a parada do futebol, gerada pela quarentena que salva vidas, beneficiará quem vinha de lesão e corria atrás de ritmo com os outros já voando baixo.
Todos retornarão à estaca zero.
Haverá um nivelamento por baixo nesta parte. Mas tem também o outro lado. Thiago Neves, por exemplo. Não terá mais desculpas. No mínimo, terá de se reapresentar mais em forma do que seus companheiros. Para começo de conversa, bem entendido.
Imagine se, mesmo com recomeço geral, ele for ficando para trás? A desculpa da falta de ritmo será mais difícil de digerir pela torcida do Grêmio. Os olhares estarão sobre ele, por ser o grande reforço azul para 2020.
DESIGUAL — A cada diz que passa, o Gauchão vai ficando mais distante dos clubes do Interior. Inter e Grêmio tem estrutura para pagar jogadores e organizar programas de treinamento.
Vou além: imagine como deve ser para atletas do Interior manter a forma com tanta indefinição quanto ao seu futuro e da família, sem os altos salários que garantem gordura na quarentena aos da Dupla. Quando e se recomeçar, o Gauchão será desigual e injusto para o Interior. Azar máximo do Caxias, que estava voando e era candidato a título.
Nesse cenário, jogadores como Thiago Neves não poderão colocar a desculpa no ritmo. Em seu caso, até porque Jean Pyerre voltou aos gramados, após cinco meses afastado por lesão e, mesmo assim, mostrou mais futebol e força do que ele quanto teve chance.