A pandemia de coronavírus afetará de forma intensa uma das principais fontes de receita dos clubes brasileiros: a venda de atletas para o futebol europeu. Grêmio e Inter, por exemplo, estimavam arrecadar em 2020 quase R$ 100 milhões cada um com a negociação de jogadores. Porém, com o futebol paralisado no mundo inteiro, essa meta é praticamente impossível de ser atingida. Para resolver esse problema, no entanto, a Fifa cogita estender a janela de transferências.
De acordo com os regulamentos da entidade, cada associação nacional deve estipular uma janela de até 12 semanas para o registro de novos jogadores no início da temporada. Nos principais mercados europeus, este período costuma se encerrar ao final de agosto ou nos primeiros dias de setembro, conforme o calendário de cada país. A ideia da Fifa, que chegou ao conhecimento dos clubes brasileiros de forma extraoficial, é estender essa janela até dezembro.
O entendimento é de que, entre agosto e setembro, mesmo em uma hipótese otimista, os clubes europeus estarão recém se recuperando dos efeitos da pandemia e ainda não terão reorganizado as suas finanças. Logo, não teriam condições de apresentar propostas por nenhum atleta. Até dezembro, no entanto, com a retomada dos jogos e das receitas ordinárias, a situação poderia se normalizar, sendo viável a contratação de jogadores da América do Sul.
O Grêmio tem dois jogadores frequentemente assediados pelo futebol europeu: os atacantes Pepê e Everton. O clube estimou no plano orçamentário de 2020 a arrecadação de R$ 88 milhões com venda de atletas.
Já o Inter previu uma receita ainda maior, de R$ 95 milhões. A diferença é que os jovens colorados com maior valor de mercado ainda precisam disputar mais partidas no time principal para obter valorização significativa no Exterior, como Bruno Fuchs, Praxedes e Peglow.
O fato é que dificilmente a dupla Gre-Nal conseguirá arrecadar as quantias estipuladas nos orçamentos. Afinal, mesmo com a janela estendida até dezembro, os clubes europeus ainda estarão se recuperando da crise provocada pela pandemia de coronavírus.