E não é que o Comitê Olímpico Internacional (COI) manteve mesmo a Olimpíada de Tóquio? Já escrevi sobre o tema, mas lá no fundo acreditava que o avanço diário da pandemia tocaria a consciência dos cartolas. Que nada. O ideal olímpico que se dane.
Como congraçar povos se a ordem é isolamento mundial? Como juntar nacionalidades em uma Vila Olímpica se a recomendação é fechar fronteiras e suspender voos? A covid-19 mal chegou à África. Há muito por acontecer em 129 dias, quando correria a cerimônia de abertura. E se um atleta der positivo para o coronavírus antes da disputa de uma medalha? Como as pessoas irão até o Japão?
Se não for possível encontrar uma saída com os patrocinadores, leia-se dinheiro, em meio a uma crise global mortífera, então acabamos mesmo enquanto humanidade. Rezo para que os países se rebelem e boicotem, se o calendário for mantido. Ao contrário dos boicotes ideológicos de Moscou 1980 e Los Angeles 1984, na esteira da Guerra Fria entre americanos e soviéticos, seria um protesto lindo e espontâneo, esse sim conectado com os ideais olímpicos de Pyerre de Coubertin.
Os atletas mal conseguem treinar justamente quando deveriam estar na fase final de preparação, no auge. Seria uma Olimpíada de raros recordes, talvez nenhum. Os Jogos de Tóquio têm de ser adiados.
Quer saber mais sobre o coronavírus? Clique aqui e acompanhe todas as notícias, esclareça dúvidas e confira como se proteger da doença. Para receber boletins por e-mail sobre o assunto, acesse www.gauchazh.com.br/boletimcoronavirus