O RUIM QUE FOI BOM – Aos trancos e barrancos, o Inter empatou com o Tolima, na altitude colombiana. Ótimo resultado. Nada deu certo, tanto para Inter quanto Tolima.
Passes errados, ligações diretas, chutes tortos e espaços mal aproveitados foram a tônica de uma partida terrível de ver. Não perder, ainda que se o gol qualificado, naquelas condições? Baita empate.
Coubesse a mim selecionar os melhores momentos, começaria mudando o nome: deixaria só "momentos". O Inter só passou a existir quando D'Alessandro, poupado pelo cansaço do Gre-Nal e da viagem, entrou a 22 minutos do segundo tempo. Mantido no lugar de Moledo, o zagueiro Bruno Fuchs melhorou em relação ao clássico, mas ainda está longe de sua grife de seleção. Lindoso, como meia central, de novo quase comprometeu até na hora de dar o passe para trás.
Como o Inter não tem como jogar pior em casa, e Eduardo Coudet é bom técnico, ainda trabalhando na emergência de se classificar para depois operar as mexidas necessárias, creio que o Inter passa pelo Tolima. Depois, creio que virão no time.
ELES VÊM AÍ – Pedro Geromel já treinou com bola. Jean Pyerre, enfim, livrou-se da lesão muscular que vai e volta desde setembro passado. Kannemann ainda é incógnita, mas estes dois retornos logo ali adiante já vão mudar a cara do Grêmio.
A semana de treinos teve boas notícias para Renato. Caio Henrique teve a sua primeira semana cheia com os novos companheiros. Matheus Henrique voltou ao convívio depois de muito tempo, somando Pré-Olímpico e o período de treinos com a seleção.
O Gauchão, para Renato, virou um treino de luxo para quando a Libertadores chegar. Nem mesmo eventual desterro no Centenário, neste sábado, na final do turno do Gauchão, terá força para abalar o clima. O Inter está fora, então ficaria tudo "elas por elas", como se diz. Tudo indica que o Grêmio entrará março com força máxima e muito treino, já que a vaga direta na fase de grupos e as poucas viagens do Gauchão deram a Renato tempo de sobrar para entrosar os reforços no CT Luiz Carvalho.
O CASO MAREGA — O mundo viu, atônito, a repercussão do que aconteceu com o malinense Marega, vítima de racismo em um jogo do Porto, seu time, contra o Vitória de Guimarães, em Portugal.
Ele não aguentou ouvir tanta barbaridade e saiu de campo por conta própria. Sua iniciativa evidenciou um problema educacional. Nós, brancos, mesmo os que lutam contra esta praga do racismo, nunca sentiremos o que Marega passou.
Então, seus próprios companheiros de time tentaram evitar a sua saída, como se isso fosse dar a vitória para os torcedores racistas. Eles estavam errados. Durante muito tempo, sempre houve "calma, é exagero". O gesto de Marega foi um "basta".
A legislação, que hoje permite parar o jogo e prevê punições severas para racismo, é colocada (ou não) em prática por brancos. Quem julga? Brancos. O episódio Marega é isso. O universo branco entendeu que não era para tanto a revolta do atacante porque, na verdade, as campanhas contra o racismo não são feitas por negros. Será que elas não foram sempre brandas demais? Qual seria a ótica se um negro que sentiu na própria carne as fizesse?