No Grêmio, Romildo Bolzan deixa bem clara sua voz de comando. É preciso não conhecer nada do presidente do Grêmio para imaginar que ele aceitaria ser mandado por um técnico, ainda que este técnico seja Renato. Não deve ser fácil dizer não a uma lenda viva.
É claro, que por ser estátua, a opinião de Renato sempre terá um peso maior no Grêmio. Talvez por isso tenha se criado a ideia de que Renato manda e desmanda na Arena. Normal, sob certo aspecto. A finalidade de um clube é ganhar títulos, e nisso ele é imbatível.
Mas ninguém manda adiante 10 jogadores e demite sete funcionários importantes ligados ao departamento de futebol, incluindo preparador físico e técnico de goleiros, se está satisfeito. Diego Tardelli, Leonardo Moura e Rômulo, por exemplo, eram escolhas diretas de Renato. Romildo os mandou embora. E deseja fazer o mesmo com André, nome igualmente defendido pelo técnico.
Essa história de crise interna, apesar da afronta pública de Kannemann ao condenar as demissões falando em "raiva" e de acusar de menos gremistas os que ficam, sem citar nomes, não se cria. Romildo e Renato vão tirar de letra.
Eles se respeitam, precisam um do outro e colocam o Grêmio acima de questiúnculas.
Romildo entendeu que precisava dar um recado ao vestiário, para reforçar a hierarquia e se vacinar contra zonas de conforto. Agora os jogadores sabem que pedidos tipo o “Fica, Tardelli” só por amizade e parceria de nada adiantarão.