Não, o Flamengo não foi nem sombra do que vinha sendo, atropelando adversários e sempre jogando melhor. O River Plate se mostrou superior até os 45 minutos do segundo tempo em Lima, em maior ou menor escala. Aí, em dois lances de contra-ataque oferecidos de forma inexplicável pelo River, um deles por Lucas Pratto, que entrou no lugar de Borré para segurar a bola, a estrela brilhou.
Primeiro, a de Bruno Henrique, que enfim conseguiu escapar pela esquerda. Depois, de Gabigol. Ele faz os dois gols da virada histórica em três minutos. Flamengo campeão. O que dizer de um goleador que, mesmo quando não vai bem, faz dois gols numa final? Predestinado, no mínimo.
Uma mudança, em parte operada pelo destino, ajudou o Flamengo. Gerson, que não vinha bem como todo o time, amarrado pela marcação alta, encurtada e forte dos argentinos, deu lugar a Diego Ribas. Eram 22 minutos da segunda etapa. Ele recolocou o Flamengo no jogo, oferecendo uma transição rumo ao ataque inexistente até então. A virada histórica passou por ele, cadenciando e acertando passes.
O Flamengo é merecedor do título, mais pelo conjunto da obra do que pela produção na final. Quando tudo parecia perdido, já sem volantes e cheio de atacantes, a individualidade prevaleceu. Difícil Bruno Henrique e Gabigol passaram apagados um jogo inteiro.
O título do Flamengo praticamente põe o Grêmio na Libertadores. Ao Inter, abre-se a chance real de também obter a vaga direta. A dupla Gre-Nal, que sofreu na mão dos cariocas, agora tem motivos para sorrir com o Flamengo.