Renato Portaluppi convidou Jair Bolsonaro para assistir ao jogo contra o Palmeiras no Allianz Parque, neste domingo, como se sabe. E olha que o presidente é palmeirense. Será notícia nacional crescente durante a semana, quanto mais perto do jogo.
Não me pareceu um gesto do técnico em nome do Grêmio. Aí emprestaria tom oficial, já que ele declarou voto, distribuiu elogios e empenhou apoio. Há torcedores de todos os matizes ideológicos e partidários em um clube de massa.
O próprio Romildo Bolzan é um trabalhista histórico, de raiz, e o PDT de Ciro Gomes é oposição ferrenha a Bolsonaro. Ciro quer Bolzan concorrendo ao Palácio Piratini, vale lembrar. Penso que é uma questão democrática individual, tão somente.
Foi-se o tempo em que jogadores e treinadores não podiam se expressar. Na alvorada dos anos 1980, a Democracia Corintiana nos ajudou a sepultar o atraso da ditadura, com suas suspeitas obras faraônicas e estatais inchadas.
Apoiar Bolsonaro não tem nada a ver, ideologicamente, com as ideias de Sócrates e Casagrande, é claro. Os dois ídolos do Corinthians defendiam o oposto. Mas aquele movimento pregava também que atletas se expressassem politicamente. É o que Renato está fazendo: dando a sua opinião política.
Não vejo razão para tanto alarde. Aliás: Renato e Casagrande são grandes amigos, embora pensem de modo diferente. Qual o problema?