Odair Hellmann foi demitido do Inter porque perdeu a Copa do Brasil para o Athletico-PR. Tivesse caído antes, para o Palmeiras, haveria a resignação de ter enfrentando uma potência milionária. Tanto que houve aplauso na eliminação para o Flamengo, na Libertadores, mesmo jogando menos.
Apesar da campanha que derrubou gigantes nos pênaltis, o Athletico-PR não tem um elenco melhor do que o do Inter. Tiago Nunes estava há menos tempo no cargo do que Odair, inclusive. Era possível vencer, mas o Inter falhou.
Fora de casa, agiu de forma muito conservadora, como se o rival fosse um supertime. Ocorreram erros individuais que nada têm a ver com a casamata, vale dizer. Tipo o de Edenilson, que tentou uma letra medonha e gerou o contra-ataque da derrota na Baixada.
O Inter entrou numa espiral de rendimento para baixo. Mas, no conjunto da obra, Odair tirou leite de pedra. No começo do ano, quem imaginava o Inter sendo protagonista em todas as competições? Sejamos sinceros: ninguém. Talvez ele tenha sido vítima das expectativas que conseguiu criar contra todos os prognósticos.
Duvido que fique muito tempo desempregado. Se for para trazer técnico tampão em meados de outubro, menor do que Odair, capaz de devolver o protagonismo ao Inter, então é uma aventura. O futuro treinador assumirá uma equipe feita, com ajustes a fazer, mas sem a necessidade de montar tudo da terra arrasada, como teve de fazer Odair. Quem não gostaria de assumir um time finalista de Copa do Brasil e na luta por Libertadores via Brasileirão?
Que venha um profissional de cancha, estrangeiro até, atualizado, para iniciar um trabalho já com vistas para 2020. Talvez não seja tão fácil obter mais resultado imediato só mudando de técnico. A tarefa do jovem interino Ricardo Cobalchini, contra o Santos, já será ingrata.