A derrota de só 3 a 1 ficou até bem, diante da goleada que o Inter poderia ter sofrido em um jogo tão atípico. Mas a postura fora de casa no Brasileirão, salvo um jogo com reservas diante do Atlético-MG, não indicava nada diferente. A renúncia ao ataque convida o adversário, que vem sem medo.
Com expulsões contra, então, virou peça de resistência colorada. Antes da primeira expulsão, de Bruno, logo a 17 minutos, cujo lance resultou no pênalti e no placar aberto por Gabigol, o Inter já não passava do meio-campo. Não finalizara nenhuma vez. O tripé de volantes, mais Nonato, protegiam Marcelo Lomba, mas não trocavam meia dúzia de passes. A marcação alta do Flamengo sufocava e impedia.
Com 10 jogadores, e depois nove, a partir de nova expulsão, desta vez de Guerrero, virou ataque contra defesa. Sem Nico López e com Zeca, para recompor a defesa, um Inter que já não agredia por filosofia, ficou sem atacantes. E alvo fácil diante do poderio ofensivo do Flamengo.
Da arbitragem, penso que o Inter pode reclamar, no mínimo pelo VAR não ter sido acionado, no suposto pênalti de Rodrigo Caio em Guerrero, que me pareceu deslocado. De resto, foi a vitória de um time, o Flamengo, muito superior, sobre outro, amarrando e encurralando o time colorado. Isso antes e depois das expulsões. O segundo tempo foi do Flamengo empilhando finalizações e um Inter, com bravura que merece elogios, lutando até a última gota de suor.
Conseguiu até empatar, com Edenilson, numa roubada de bola. Mas o empate atiçou ainda mais o Flamengo, que foi metralhando até os gols saírem. Arrascaeta, de cabeça. Bruno Henrique, depois. Klaus, que entrou perdido no lugar do lesionado Moledo, falhou em todos. A vida do Inter é lutar por G-4.